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46 cidades têm orçamento participativo na França

"Uma ideia nascida no Brasil", destaca jornal francês Le Monde


46 cidades têm orçamento participativo na França

Por Pedro Simão Camarão
Da Fundação Perseu Abramo 

O jornal francês Le Monde publicou a reportagem Além de Paris, 45 cidades francesas adotaram o orçamento participativo. A publicação explica que em Paris 168 mil cidadãos participam do processo que já permitiu o financiamento de aproximadamente 700 projetos em três anos. A reportagem, cujo objetivo é mostrar como cresce a organização por meio do orçamento participativo, explica como funciona o processo e que podem ser aprovados financiamentos para os mais variados tipos de projetos.

A publicação do Le Monde tem como base um levantamento feito pelo fundador do site lesbudgetsparticipatifs.fr (orçamentosparticipativos.fr), Antoine Bézard, que é um entusiasta do projeto. Segundo ele, “se tem uma deliberação real, que leva à realização de projetos, ao contrário de muitas consultas aos cidadãos”.

Após uma apresentação enaltecedora sobre o que é o orçamento participativo, o texto explica que a ideia nasceu no Brasil, na cidade de Porto Alegre, em 1989, em um governo do Partido dos Trabalhadores. A reportagem afirma que antes de chegar à Europa, a ideia se propagou pela América do Sul, África e Ásia e, hoje, é utilizada em grades e pequenas cidades da França. Ainda de acordo com a reportagem, um relatório publicado em 2014 pela ONG alemã Engagement Global informava que entre 1.269 e 2.778, cidades no mundo dispunham de um orçamento participativo, com formas variadas.

O jornal informa que, em 2014, apenas seis cidades do país tinham o orçamento participativo. O número vem aumentando rapidamente. Em 2016 eram 25 e em 2017 já são quarenta e seis cidades. Quarenta por cento dos projetos são respondidos online. Apesar de a ideia inicial ter tido início em um partido de esquerda, o levantamento feito pela página virtual que embasa a reportagem mostra que, na França, o orçamento participativo independe do partido que está à frente dos municípios: Em 2016, 84% das cidades que adotaram o projeto eram governadas pela esquerda; já em 2017, essas representavam apenas 65,5% do total, o restante são cidades centristas, de direita ou que não são governadas por partidos.

A reportagem revela que a principal preocupação dos cidadãos que participam dessas iniciativas é melhorar a qualidade de vida local. Por isso, a maioria dos projetos trata do espaço urbano, do meio ambiente, dos meios de circulação e de equipamentos culturais e esportivos. Segundo Bézard, “nenhum dos orçamentos tem a ambição de redirecionar os recursos públicos para os mais pobres ou para os mais desfavorecidos. Esse objetivo que levou à criação do primeiro orçamento participativo em Porto Alegre não aparece mais nos atuais programas franceses”.

Leia aqui o texto original.


Para conhecer mais as políticas públicas do governo Lula, visite o site Brasil da Mudança. 

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