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"A intervenção pode provocar a morte de inocentes"

Eduardo Villas Bôas pediu "garantias" para que não se crie uma "nova Comissão da Verdade", que investigou crimes de direitos humanos na ditadura


"A intervenção pode provocar a morte de inocentes"

Villas Bôas disse que o risco na ação dos militares no Rio pode provocar a morte de inocentes (Marcelo Camargo/EBC/FotosPúblicas).

Da Rede Brasil Atual 

O general Eduardo Villas Bôas, comandante do Exército, quer que os militares tenham garantias de que as operações que vierem a ser deflagradas durante a intervenção federal no Rio de Janeiro, não venham a enfrentar uma "nova Comissão da Verdade" no futuro. Ele fez a solicitação durante reunião dos Conselhos da República e de Defesa Nacional, ontem (19), que discutia a execução do decreto baixado por Michel Temer, na semana passada

"Os militares precisam ter garantia para não enfrentar daqui a 30 anos uma nova Comissão da Verdade pelo que vamos enfrentar no Rio durante a intervenção, que pode provocar a morte de inocentes", disse Villas Bôas. As informações são do jornal O Globo.

Na mesma reunião, o governo Temer informou que pedirá à Justiça para que se possa cumprir mandados coletivos de busca e apreensão durante a intervenção federal no Rio, que abranjam comunidades inteiras, em vez de apenas um endereço específico, o que pode resultar em violência desmedida e mortes injustificadas.

A Comissão da Verdade, criada pelo governo de Dilma Rousseff, apurou as violações de direitos humanos ocorridas durante a ditadura civil-militar de 1964, tendo como objetivo principal a localização de desaparecidos políticos.

"A Comissão Nacional da Verdade foi um marco para a democracia. Devolveu ao Brasil a memória de crimes do Estado que se equiparam aos dos nazistas. O Brasil deveria estar implementando suas recomendações. Essa frase, colocada no contexto dessa intervenção, é um alerta grave", afirmou a deputada federal Maria do Rosário (PT-RS), em seu Twitter.

"Já vimos esse filme antes e não acabou bem", criticou também o coordenador do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Guilherme Boulos, nas redes sociais.

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