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América Latina tem 9% dos adultos e apenas 3% da riqueza mundial


América Latina tem 9% dos adultos e apenas 3% da riqueza mundial

Por Ana Luíza Matos de Oliveira
Da Fundação Perseu Abramo 

O último relatório do banco Credit Suisse (“Global Wealth Report 2017”) mostra a desigualdade da riqueza no mundo, que, de meados de 2016 a meados de 2017, cresceu USD 16,7 trilhões (ou 6,4%), alcançando a marca de USD 280 trilhões, mas continua repartida muito desigualmente.

Segundo os dados do relatório, para que uma pessoa esteja entre os 50% mais ricos do planeta é preciso que sua riqueza (incluídos ativos financeiros), subtraída de suas dívidas, seja de pelo menos USD 3587. Para pertencer aos 10% mais ricos, é preciso uma riqueza de USD 76.754. E, para pertencer, ao 1% mais rico, é preciso ter uma riqueza de mais de USD 770.368. Ainda, Enquanto os 50% mais pobres do mundo detêm menos de 1% da riqueza total, os 10% mais ricos detém 88% da riqueza global e os 1% mais ricos mais de 50%.

Entre os milionários em 2017, o documento mostra que 43% estão nos Estados Unidos, 7% no Japão, 6% no Reino Unido, 5% na Alemanha e 5% na China. Já os ultra-ricos, como chama o relatório (aqueles com riqueza de mais de USD 50 milhões), estão concentrados também na América do Norte (51% deles,  sendo 49% só nos EUA). Na Europa estão 22% dos ultra-ricos e 12% em países da Ásia-Pacífico, exceto China e Índia.

Sobre as diferenças entre participação na população total e riqueza por região, o relatório mostra que, em 2017, enquanto a América Latina tinha 9% da população adulta mundial, possuía 3% da riqueza mundial. Já Europa e América do Norte juntas correspondiam a 64% da riqueza mundial e 17% da população adulta, o que mostra um desequilíbrio e concentração da renda nessas duas regiões.

Supreendentemente,  apesar de concentrar grande parte da riqueza mundial, Estados Unidos e Europa contribuem com muitos membros para o decil mais pobre do mundo, que é um reflexo de como é fácil, especialmente para os jovens, endividar-se em tais países.

O relatório também faz um ranking das rendas médias mais altas no mundo, que são:

1. Suíça
2. Austrália
3. Estados Unidos
4. Nova Zelândia
5. Noruega
6. Dinamarca
7. Bélgica
8. Reino Unido
9. Singapura
10. França

Com a mediana das rendas mais alta, o ranking é composto por:
1. Suíça
2. Austrália
3. Bélgica
4. Nova Zelândia
5. Noruega
6. Itália
7. Japão
8. França
9. Singapura
10. Reino Unido

Os dados mostram que a riqueza dos 1% e 10% mais ricos caiu em termos percentuais entre 2000 e 2008, mas cresceu de 2013 em diante para os 5% e 1% mais ricos. Nos anos recentes, defende o relatório que a desigualdade de renda tem aumentado, em especial pela valorização dos ativos financeiros e por uma valorização do dólar.

No Brasil, segundo dados do relatório, o 1% mais rico no Brasil possui 44% de toda a riqueza do país.

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