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Apoiadores de Lula iniciam vigília no Sindicato dos Metalúrgicos

Líderes de movimentos sociais seguem para São Bernardo. "Não vamos aceitar passivamente", diz Boulos. "Lula não estará sozinho", afirma Vagner Freitas


Apoiadores de Lula iniciam vigília no Sindicato dos Metalúrgicos

Ex-presidente deixou o Instituto Lula no final da tarde desta quinta (5) e já se dirigiu ao sindicato do ABC (Ricardo Stuckert)

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Da Rede Brasil Atual

Militantes de partidos de esquerda, integrantes de movimentos sociais e apoiadores do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva se dirigem neste momento para uma concentração na sede do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo. Em mensagem de vídeo, o presidente da entidade, Wagner Santana, o Wagnão, afirma que a vigília terá a finalidade de "discutir os rumos do país" e as ações que estão sendo "tomadas agora contra a democracia". O ato estava programado para amanhã (6) à noite, mas foi antecipado por causa do anúncio da decretação de prisão de Lula.

O líder do MTST (sem-teto) Guilherme Boulos, pré-candidato à Presidência da República pelo Psol, divulgou mensagem em rede social informando que estava a caminho de São Bernardo, que segundo ele passa a ser "o local de resistência democrática no Brasil". "É momento de defender a democracia, de se colocar claramente nessa encruzilhada", afirmou.

Segundo Boulos, trata-se de uma prisão "arbitrária, política e sem provas", um "acinte", que não pode ser aceito passivamente. "Mais uma vez, o juiz (Sérgio) Moro age como chefe de partido político", afirmou, criticando também o Supremo Tribunal Federal, "que lavou as mãos diante de um processo viciado".

"Não se trata de defender a figura do Lula apenas, é uma luta por justiça e democracia", acrescentou.

O presidente da CUT, Vagner Freitas, também a caminho de São Bernardo, divulgou nota com orientação aos sindicatos filiados. “Lula não estará sozinho e vamos mostrar para o mundo que nosso presidente é vítima dessa Justiça que não respeita a Constituição e manda prender um inocente”, afirmou. "Se estão fazendo isso com Lula, podem fazer com todos nós”, acrescentou o dirigente, em vídeo no qual convoca a militância. 

Na nota, o presidente da CUT propõe "realização de assembleias nas portas das fábricas, bancos, comércio e nas concentrações de trabalhadores para denunciar a prisão arbitrária do ex-presidente Lula e defender a sua inocência" e a convocação de manifestações em todas capitais.

"Nosso eixo de luta nesse momento é mais do que nunca defender a inocência de Lula, a democracia e denunciar a violência institucional contra o ex- presidente", afirmou Vagner.

"Nós, movimentos sociais, militantes, temos de nos insurgir para provcar uma indignação popular", disse o líder do MST (trabalhadores rurais sem-terra)  João Pedro Stédile, para quem Lula é "vítima do processo político".

"Ele não cometeu nenhum crime. É mais um capítulo do golpe geral, que é contra todo o povo. É apenas uma perseguição política para enquadrá-lo na Ficha Limpa e evitar que ele seja candidato", afirmou Stédile, para quem o golpe em curso elaborou um "plano econômico, político e social que joga todo o peso da crise sobre a classe trabalhadora".

Ele convocou os militantes para realizar "grandes atos políticos, nas praças, no sistema judicial", nesta sexta-feira, em protesto contra a prisão de Lula. E prevê "novas e longas batalhas nos próximos meses e anos".

Stédile criticou os ministros do STF Rosa Weber e Edson Fachin, conduzidos ao Supremo "por serem puxa-sacos do governo Dilma e que agora se comportam como se estivessem acima da lei". Fez referência direta ao ministro Fachin: "O senhor se esqueceu do que nos ensinou nos acampamentos e nos cursos do MST?"

Em nota, a presidenta do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), Maria Izabel de Azevedo Noronha, a Bebel, chamou de "revoltante e indigna" a decisão de Sérgio Moro. "Essa decisão completa o julgamento do Supremo Tribunal Federal, cuja maioria circunstancial de ministros por 6 a 5 rasgou a Constituição, que reconhece a presunção de inocência e a possibilidade de prisão somente após o trânsito em julgado de eventual condenação", afirmou.

"Consumada a prisão, Lula se tornará preso político. Não estarão prendendo apenas o maior líder popular e o melhor presidente que o país já teve, mas estão atacando um projeto de nação soberana, igualitária, com distribuição de renda e justiça social", disse Bebel.

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