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Bordadeiras de Belo Horizonte homenageiam Lula e Dilma

Grupo formado por cerca de 150 pessoas atua politicamente bordando faixas e estandartes contra o golpe e em defesa dos direitos trabalhistas e sociais


Bordadeiras de Belo Horizonte homenageiam Lula e Dilma

Faixa do grupo Linhas do Horizonte. Foto: Kamilla Ferreira/Agência PT

Por Pedro Sibahi
Da Agência PT de Notícias 

Tudo começou com uma vontade de homenagear dona Marisa Letícia, mulher do ex-presidente Lula. A ideia era fazer uma enorme toalha composta por dezenas de bordados, cada um de uma autora diferente. Foi partir daí, no final de 2016, que surgiu o grupo Linhas do Horizonte, formado por mulheres da capital mineira, que fazem política com a arte de bordar.

“Esse grupo começou com o desejo de fazer uma homenagem para a dona Maria Letícia em dezembro do ano passado, porque a gente achava que ela estava sendo muito vilipendiada, atacada injustamente, como sempre havia sido inclusive. Era um símbolo dessa misoginia, desse preconceito”, conta Leda Lima Leonel, arquiteta e uma das idealizadoras do grupo.

“Infelizmente ela adoeceu, nós ficamos muito tristes com isso, mas continuamos a bordar, torcer por ela, ir para a rua contrapor aqueles que iam para a porta do hospital desejando que ela morresse, a gente ia para a rua desejando saúde, sorte, tudo de bom para ela”.

Após o falecimento de dona Marisa, o grupo continuou trabalhando na homenagem, que foi entregue a Lula em julho de 2017. Agora, parte delas acompanha a caravana de Lula Pelo Brasil e se preparam para o ato em Belo Horizonte dia 30 de outubro.

“Passamos a bordar na rua, com a participação das pessoas da cidade, e assim o bordado acabou se tornando uma arma política, uma forma de expressão política”, explica Leda.

“Além disso a gente borda por justiça, por democracia, por dona Marisa, por causas que consideramos justas. Bordamos contra o golpe, volta querida, essas causas humanitárias e por todos os movimentos sociais”, explica Leda.

Kamilla Ferreira/Agência PT

Leda Lima Leonel, do grupo Linhas do Horizonte

“A mídia sempre foi muito cruel com a dona Marisa. Ela sempre foi uma mulher muito elegante, apesar de toda aquela força que ela dava para o Lula, ela sempre se manteve uma pessoa muito discreta”, afirma Cláudia Mudado, outra participante do grupo.

“Então nós resolvemos fazer esse bordado em homenagem a ela, infelizmente aconteceu o pior, mas mesmo depois conseguimos terminar o bordado. Foi algo sofrido para o grupo, fomos pegos pelo caminho com a morte dela, mas aí resolvemos terminar e entregar para o presidente Lula”.

Desde que se formou, o Linhas do Horizonte tem participado de diversas atividades e já conta com cerca de 150 participantes. Elas bordaram a bandeira comemorativa de 80 anos da UNE (União Nacional dos Estudantes), faixas para a Comissão Extraordinária de Mulheres e em comemoração dos 11 anos da Lei Maria da Penha.

“Sempre estivemos na rua, apoiando os partidos de esquerda, que tem programas de apoio aos trabalhadores. Esse é um grupo suprapartidário, mas de maneira geral a gente dá poio forte ao PT, ao presidente Lula e a presidenta Dilma, por tudo que os governos do PT fizeram pelo Brasil”, destaca Leda

Ela cita a diminuição da desigualdade, da pobreza e a erradicação da fome, além dos programas de defesa da soberania nacional, e do pré-sal, como fatores que levam ao apoio político.

“São programas de defesa dos brasileiros e do Brasil, que o golpe vem demolindo um a um. Então, é hora de cada um se manifestar, como for possível”, afirma a arquiteta.


Cláudia Mudado. Por Kamilla Ferreira/Agência PT

Segundo Cláudia, o grupo defende uma posição política de esquerda. “De progresso, de partido progressista, de partido que se preocupa com o social, com o humano, e não com o capital, igual agora, que vemos esse governo que está aí, ou desgoverno, que só pensa no capital”.

“Na verdade, o apoio é à política que o PT sempre propôs, ao projeto de Brasil. Um projeto de Brasil educado, de mais escolas, mais universidades, mais ciência sem fronteiras, de mais saúde, com mais médicos”.

“Ou seja, tudo que envolve saúde, educação, até mesmo a questão da produção familiar de alimentos, porque o Brasil só saiu do mapa da fome graças à produção familiar. A luta na verdade é pelo resgate de todos esses programas, por um país mais justo, mais igualitário”, conclui Cláudia.


Lúcia Pinheiro Machado. Foto: Kamilla Ferreira/Agência PT

Lúcia Pinheiro Machado, outra das idealizadoras do grupo, conta que o Linhas do Horizonte bordou uma faixa com os nomes de todos os mineiros mortos durante a Ditadura, exposta no antigo Dops de Belo Horizonte durante o Congresso da Une de 2016. Ela ainda ressalta que não quer ver o retorno deste passado ao país.

“A gente acha que o governo do PT, que ficou aí 13 anos, foi um governo que beneficiou as políticas públicas, o acesso das pessoas com diversos programas sociais, e de repente se põe tudo a perder. Vemos a previdência, agora com os direitos, a perda desses direitos, o que estimula a gente é o que vivemos no passado, que não queremos repetir, e o futuro, de ter um Brasil mais justo”.


Seuza Marques. Foto: Kamilla Ferreira/Agência PT

Nascida na Paraíba, mas moradora de Belo Horizonte há 40 anos, Seuza Marques é professora. “Desde que me entendo por gente que ouvi falar do Partido dos Trabalhadores, que começou a origem do partido, apesar de não ter uma militância muito ativa, eu sempre achei que esse era o partido para nós trabalhadores”, diz Seuza.

“Porque na verdade o professor é um trabalhador, um pouco diferente dos mais excluídos, mas é um trabalhador. Sendo assim, acho mais do que justo e necessário um partido para lutar pela causa dos trabalhadores. Porque nenhum partido que defende o liberalismo, que defende o capital, não vai ter interesse nenhum, só vai querer explorar”.

Homenagem a Dilma

Nesta quinta-feira, dia 26 de outubro, o grupo Linhas do Horizonte prestou uma homenagem à presidenta eleita Dilma Rousseff, entregando uma faixa com os dizeres “A luta pela democracia não tem data para terminar”.

Lula pelo Brasil

A viagem do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva à Minas Gerais, que acontece em outubro, é a segunda etapa do projeto que ainda deve alcançar as demais regiões do Brasil.

Em agosto e setembro, Lula pegou a estrada e percorreu os nove estados nordestinos, visitou inúmeras cidades, ouviu e conversou com o povo.


Por Pedro Sibahi, enviado especial à caravana Lula pelo Brasil em Minas Gerais, para a Agência PT de Notícias

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