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Campo: Há 31 anos morria Paulo Fonteles


Campo: Há 31 anos morria Paulo Fonteles

Centro de Documentação e Memória Fundação Maurício Grabois

Dia 11 de junho marca 31 anos do assassinato de Paulo Fonteles, ex-deputado e advogado defensor de trabalhadores rurais. Mesmo recebendo ameaças constantes e figurando na lista dos militantes marcados para morrer, sempre enfrentou os desmandos dos latifundiários da região, organizados em torno da União Democrática Ruralista (UDR). Os responsáveis pelo crime nunca foram punidos.

O ex-deputado e militante comunista teve uma trajetória marcada pelo enfrentamento ao poder dos coronéis e das oligarquias rurais, o que lhe rendeu o apelido  de “advogado-do-mato”. Na época do seu assassinato a maioria dos jornais paraenses se negaram a noticiar o caso por medo de represálias, tamanho era o poder dos grandes proprietários de terra, inimigos de Fonteles.

Três décadas depois, os números mostram que a história dos movimentos rurais no Brasil continua sendo escrita com sangue. De 1985 a 2017 foram registrados 1438 conflitos no campo, vitimando 1904 pessoas. Somente no ano passado foram 71 assassinatos, o ano mais violento desde 2003. O poder dos latifundiários e a impunidade também seguem sendo realidade: menos de 10% dos casos foram julgados até hoje.

Após sua morte, foi fundado o Instituto Paulo Fonteles de Direitos Humanos. A entidade atua na promoção e defesa dos direitos humanos na Amazônia paraense. A região é marcada por conflitos históricos motivados pela disputa de terras, sendo o Pará o estado que mais sofre com os conflitos rurais ainda hoje. 

Esse episódio da luta democrática no Brasil está no Memorial da Democracia, o museu digital do Instituto Lula. 

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