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Cepal quer assistência também a países de renda média

Parâmetros vigentes inviabilizam a liberação de recursos para países latino-americanos e caribenhos


Cepal quer assistência também a países de renda média

Secretária-executiva da CEPAL, Alicia Bárcena. Foto: CEPAL/Carlos Vera

Da ONU Brasil 

Países de renda média precisam ter acesso a financiamento e assistência para o desenvolvimento, defendeu na semana passada (21) a secretária-executiva da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL), Alicia Bárcena. A dirigente pediu uma revisão dos atuais critérios que classificam a riqueza partilhada das nações. Parâmetros vigentes inviabilizam a liberação de recursos para países latino-americanos e caribenhos.

“O critério de renda per capita não reflete nem apreende a heterogeneidade social, econômica e ambiental nem a ampla diversidade de necessidades e desafios que caracterizam os países pertencente a esse grupo de renda (média)”, afirmou Bárcena em evento em Nova Iorque promovido pelos Ministérios das Relações Exteriores da Costa Rica e de Belarus.

Segundo a classificação de junho de 2017 do Banco Mundial, na América Latina e no Caribe, existem 25 países de renda média, sete de renda alta — dos quais cinco são caribenhos — e apenas um de renda baixa.

Bárcena propôs que os parâmetros de renda sejam complementados com um enfoque que aborde as lacunas estruturais de cada país. O objetivo dessa nova estratégia de avaliação é enfrentar, de forma eficaz, os desafios particulares das nações em desenvolvimento, que precisam de acesso justo e regulamentado a mercados de capitais, fontes de assistência e financiamentos subsidiados.

Com 12 indicadores adicionais, para além do PIB per capita, o sistema de análise de lacunas estruturais permite medir índices de desigualdade, pobreza, dívida, investimento, poupança, produtividade e inovação, infraestrutura, educação, saúde, imposto, gênero e meio ambiente.

Esse enfoque abrangente, explicou Bárcena, “parte da premissa de que não pode haver apenas uma classificação ou critério que se ajuste a todos os países”. Para a secretária-executiva, metodologia é “a base para uma agenda de cooperação inclusiva e igualitária”.

Garantir mais recursos para o desenvolvimento será crucial para superar lacunas de desenvolvimento, acrescentou Bárcena. De acordo com as estimativas da CEPAL, os déficits de infraestrutura na América Latina e no Caribe exigirão um investimento médio de 6,2% do PIB para o período 2012-2020.

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