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Che: do médico revolucionário ao Mais Médicos

Apresentação e debate sobre o documentário "Agentes da Vida", que narra a participação de cubanos e brasileiros no programa Mais Médicos, marcam dia de celebração do revolucionário e de apoio a Cuba


Che: do médico revolucionário ao Mais Médicos

Ação internacionalista de Che Guevara virou também virou marca da atuação dos médicos cubanos pelo mundo. Foto: ONU

Da Rede Brasil Atual 

Para lembrar a vida do médico e revolucionário argentino Ernesto Che Guevara, no dia que marca 50 anos da sua morte, o Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé exibe nesta segunda (9) em São Paulo o documentário "Agentes da Vida", que narra a colaboração de médicos brasileiros e cubanos no programa Mais Médicos.

O ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha, idealizador do programa, e a cônsul-geral de Cuba no Brasil, Nelida Carmona, debatem os impactos do programa que, desde 2013, atendeu cerca de 60 milhões de brasileiros em mais de 4 mil municípios, e que agora tem a sua existência ameaçada. "O filme vem num momento de reunirmos força, de lutarmos a favor da saúde pública. O governo Temer decretou a morte do SUS quando estabeleceu o congelamento de gastos nos próximos 20 anos", disse Padilha à Rádio Brasil Atual

"A diferença é que não trabalhamos por dinheiro, trabalhamos por amor", relata o médico cubano Norge, durante trailer do documentário dirigido por Tarcísio Tadeu Garcia Pereira. O internacionalismo dos médicos cubanos, engajados em ações nos mais diversos países, também reflete o espírito de Che. Foi o pensamento humanista que o aproximou da via revolucionária. "A alma (do povo) está refletida nos doentes dos hospitais", escreveu em 1950, quando ainda era estudante, após viagem pelas regiões mais pobres do interior da Argentina. 

Dois anos mais tarde, Che descobre a miséria e a exploração dos povos latino-americanos, em viagem de moto pelo continente, quando conhece o médico Hugo Pesce, dirigente do Partido Comunista do Peru, e com ele trabalha em um leprosário, em Lima.

Em nova viagem, toma contato com os movimentos revolucionários da Bolívia e Guatemala, presenciando também a derrubada do presidente guatemalteco Jacobo Arbens, após seu governo, de caráter reformista, entrar em choque com interesses empresariais norte-americanos. O golpe na Guatemala em 1954 seria o primeiro de vários em países da América Latina sob ação direta do governo dos Estados Unidos e da CIA.

De lá, e ele segue para o México, onde conhece exilados cubanos, como os irmãos Fidel e Raúl Castro, Com eles embarcaria, em 1957, no iate Granma, na condição de médico da força expedicionária que rumaria a Cuba para combater a ditadura de Fulgêncio Batista. 

Che torna-se comandante das tropas revolucionárias e, após a tomada do poder, em 1959, ministro de Estado e presidente do Banco Nacional. Em 1964, renuncia aos cargos e parte, como revolucionário, primeiro para a guerra de descolonização do Congo, na África, e, depois, para a Bolívia, onde pretendia instalar um novo foco guerrilheiro. Acabou capturado em 8 de outubro de 1967, e executado no dia seguinte.

O evento 50 anos sem Che: Solidariedade à Cuba com debate e documentário ocorre nesta segunda-feira (9), a partir das 19h, no auditório do Centro Barão da Itararé, que fica na Rua Rego Freitas, 458, 8º andar, sala 83, na República, região central da cidade.

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