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Laís Bodanzky elogia política de Lula para audiovisual

Hoje o cinema brasileiro não sofre com a crise graças ao Fundo Setorial do Audiovisual, mas já é ameaçado por desmontes fruto do governo golpista de Temer


Laís Bodanzky elogia política de Lula para audiovisual

Cineasta Laís Bodanzky. Foto: Paulo Pinto/Agência PT

Por Pedro Sibahi, da Agência PT de Notícias 

O setor audiovisual brasileiro cresceu a uma taxa de aproximadamente 10% em 2016 e agregou R$ 24,5 bilhões à economia do País em 2014. Somente em 2016, o Brasil produziu mais de 150 filmes longas-metragens, gerando mais de 250 mil empregos diretos e indiretos. Parte desse resultado se deve a políticas implementadas no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, principalmente com a criação do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA).

“Hoje a gente vê que todas as áreas da economia estão sofrendo, o mundo das artes em geral é o primeiro que dança quando surge qualquer crise, política ou econômica, só que o cinema não está vivendo essa crise, porque a gente tem uma política que protege, que amortece, e mantém a gente dentro de uma bolha de excelência”, afirma a cineasta Laís Bodanzky, diretora do longa-metragem Como os Nossos Pais, que participou da sétima Jornada pela Democracia, no sábado, em São Paulo.

Ela cita o FSA como responsável pela bonança. “A gente tem uma produção audiovisual muito consistente, a gente tem um fundo que é investido na indústria do audiovisual, cujo mecanismo é justamente da economia gerada pelas empresas de comunicação, uma vez por ano tem uma taxa alocada nesses fundos via Ancine , através de editais, através da compreensão do que a indústria precisa”.

A Ancine foi criada em 2001 como uma agência reguladora que tem como objetivo fomentar, regular e fiscalizar a indústria cinematográfica e videofonográfica nacional, mas só ganhou peso a partir de 2006, durante o governo[a target="_blank" href="http://www.pt.org.br/lula" title="Lula" style="box-sizing: border-box; text-decoration-line: none; color: rgb(183, 11, 23); transition: color 0.3s; outline-style: initial; outline-width: 0px; cursor: pointer;"]Lula, com a instituição do FSA.

Os recursos do Fundo Setorial do Audiovisual hoje chegam a R$1 bilhão e se destinam a bancar produções independentes de cinema e televisão, além de questões relacionadas a distribuição. No entanto, agora, esta área está ameaçada pelo governo golpista de Michel Temer.

No final do mês de agosto, o golpista de Michel Temer vetou a prorrogação da Lei do Audiovisual (Lei 8.685/1993) e da lei que institui o Regime Especial de Tributação para Desenvolvimento da Atividade de Exibição Cinematográfica (Recine).

A Lei do Audiovisual estabelece que os contribuintes poderão deduzir do imposto de renda devido as quantias referentes a investimentos feitos na produção de obras audiovisuais cinematográficas brasileiras de produção independente. Inicialmente ela teria validade até 2003, quando foi prorrogada no governo do ex-presidente Lula, até 2017. Já o Recine foi estabelecido em 2012 e beneficia projetos de exibição cinematográfica.

Nesta terça-feira (19), artistas, produtores culturais e parlamentares fizeram uma peregrinação no Congresso para garantir a derrubada dos vetos. O senador Humberto Costa (PT-PE) participou da mobilização.

“A Ancine, quando ela nasceu, nós do cinema nunca imaginamos que fôssemos precisar tanto dela”, lembra Bodanzky. “Ela nasceu justamente para que mudando governo, mudando ministro, a política cinematográfica fosse contínua. Porque a indústria do cinema não aguenta parar”.

Segundo a cineasta, o Fundo Setorial do Audiovisual é fundamental para garantir essa política. “Acho que é um mecanismo interessante porque, nós que somos trabalhadores do audiovisual, temos divergências políticas, mas na hora que a gente pensa a nossa economia, a nossa área, nós temos um interesse comum, nós sonhamos juntos, nós queremos juntos”.

“Todo mundo quer que essa indústria permaneça e fique de pé, e não é fácil porque a gente tem uma economia vinda dos Estados Unidos avassaladora. Eles não têm medo de dizer que eles querem 100% do mercado audiovisual do mundo, eles falam isso tranquilamente”.

“A gente tem que saber como fazer a economia do audiovisual brasileiro ficar no Brasil e gerar renda para a gente. São famílias e famílias que vivem disso, é uma indústria significativa. Além do que é a indústria dos sonhos, a indústria que vai dizer quem nós queremos ser, quem nós somos. Ela é uma indústria muito estratégica”.

Por Pedro Sibahi, da Agência PT de Notícias

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