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Depois de peça teatral, cartas a Lula vão virar filme

“Essas cartas não são apenas sobre o Lula, são sobre democracia e solidariedade”, defende uma das idealizadoras do projeto, Maud Chirio


Depois de peça teatral, cartas a Lula vão virar filme

Foto: Ricardo Stuckert

Nesta quarta-feita (22), Lula conheceu pela primeira vez os detalhes do trabalho feito com as mais de trinta mil cartas que ele recebeu enquanto esteve preso. Ao lado de voluntários e funcionários do Instituto, um grupo de pesquisadores que reuniu brasileiros, franceses e argentinos mergulhou no conteúdo de parte desse material. Além da organização e digitalização, o trabalho já rendeu um site e até uma peça de teatro em Paris. Lula ficou sabendo em primeira mão também que um filme sobre as cartas está a caminho.

A historiadora francesa Maud Chirio, fundadora da Rede Europeia pela Democracia no Brasil (RED.Br), foi uma das idealizadoras do trabalho e contou a Lula que "essas cartas não são apenas sobre o Lula, são sobre democracia, sobre solidariedade e sobre como as políticas públicas mudaram a vida das pessoas".

"Quando tivemos contato com essas cartas ficou óbvio o valor que elas tinham. São relatos emocionantes, de pessoas que mudaram de vida por conta da política. Numa época de negação da política, essas cartas são a prova de que a política é importante para a vida real das pessoas", conta Maud. 

A historiadora disse também que o momento político e os ataques ao Instituto Lula a fizeram temer pela segurança desse material. "Avaliamos que esse material está em risco pela perseguição que aconteceu aqui e, como historiadores, nos dedicamos a divulgar e preservar a riqueza que tem ali." 

Além do site Linhas de Luta, com cartas em português, francês, inglês e espanhol, em junho do ano passado, trinta e oito artistas, políticos e intelectuais franceses e brasileiros se encontraram no palco do teatro Monfort, para a leitura de 80 cartas enviadas ao ex-presidente. Segundo reportagem feita na época pela Rádio França Internacional, "o teatro parisiense, com capacidade para 450 pessoas, ficou lotado para ouvir o cantor e compositor Chico Buarque de Hollanda, as atrizes Maria de Medeiros e Anna Mouglalis, a jornalista Audrey Pulvar, o ex-deputado Jean Wyllys e a filósofa Marcia Tiburi, entre outras personalidades, se revezarem na leitura das cartas, às vezes intercaladas por vídeos gravados no Brasil com artistas que não puderam estar presentes, como Antonio e Camila Pitanga, Marieta Severo e Renata Sorrah". O evento foi iniciativa de Maud, com a dramaturgia assinada pelo autor e diretor francês Thomas Quillardet em parceria com o bailarino e coreógrafo brasileiro Calixto Neto.

E o desafio não acabou. O grupo pretende seguir trabalhando com as cartas. Além do site Linhas de Luta, e da peça teatral, os pesquisadores agora pensam na realização de um filme, com produção francesa, sobre o material. 

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