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É tragédia colocar o pobre na universidade?


É tragédia colocar o pobre na universidade?

Por Ana Luíza Matos de Oliveira
Para a Fundação Perseu Abramo 

O ministro da educação tem classificado o crescimento da educação superior nos governos anteriores como “tragédia”. Olhando de perto o que ocorreu na educação superior em termos de inclusão social, na tese de doutorado Educação Superior brasileira no início do século XXI: inclusão interrompida?, de minha autoria, é possível discordar bastante do ministro se o objetivo for ampliar a justiça social, conforme mostram os dados.

O Gráfico 1, retirado da tese, mostra que de 2001 a 2015 cresceu a quantidade de estudantes sem rendimento ou com renda per capita domiciliar de até um quarto de salário mínimo (SM) na universidade, mas os aumentos mais expressivos em termos absolutos ocorreram entre os estudantes com renda per capita domiciliar entre um quarto de SM e dois SM. Obteve também crescimento, mas menor, o grupo com renda entre dois e três SM. Caiu o número de estudantes renda de mais de três SM. O gráfico considera estudantes de graduação de instituições públicas e privadas. Para o novo governo, parece ser uma tragédia colocar o pobre na universidade.

Créditos: reprodução

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