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Há 23 anos, excluídos gritavam para ser ouvidos


Há 23 anos, excluídos gritavam para ser ouvidos

Por Antonio Alonso, para a Fundação Perseu Abramo

"A vida em primeiro lugar". O lema simples e direto do primeiro Grito dos Excluídos, em 1995, nada tinha de óbvio. Na cartilha das políticas neoliberais que então dominavam as decisões do governo, o povo não tinha voz. Naquele primeiro ano, o Grito dos Excluídos teve marchas em 170 cidades brasileiras. O movimento foi uma iniciativa das pastorais sociais da igreja católica. O Grito de 1995 dialogava com o tema da Campanha da Fraternidade – "Eras Tu, Senhor” — dirigido especialmente aos mais abandonados e esquecidos da sociedade.

A marcha foi organizada pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) em conjunto com diversas organizações sindicais e reuniu trabalhadores e romeiros. A caminhada visava chamar atenção para o problema da desigualdade, tornando visível a face dos ignorados pela sociedade e buscando alternativas para a inclusão social.

Desde então, marchas acontecem todos os anos durante a Semana da Pátria, culminando com o ato no dia 7 de setembro. A data foi escolhida por servir como reflexão sobre a soberania nacional, eixo sempre presente nas mobilizações do Grito. O lema deste ano é "Desigualdade gera violência. Basta de privilégio".

Em São Paulo, serão dois atos no dia 7 de setembro. O primeiro terá início às 9 horas da manhã, na Praça Oswaldo Cruz, com caminhada finalizando no Monumento das Bandeiras. O segundo ato acontece às 10 horas da manhã no Largo São Francisco, com caminhada pelo centro da cidade e encerramento do ato na Praça do Correio com uma homenagem ao falecido bispo João Paulo Evaristo Arns.

Memória e documentação
Esse texto é um trabalho do Memorial da Democracia, o museu virtual do Instituto Lula dedicado às lutas democráticas do povo brasileiro.

Centro Sérgio Buarque de Holanda de Documentação e História Política tem cartazes e fotos de diversas edições do Grito dos Excluídos e mais:

– 110 metros lineares de documentação textual (equivalente a mais de 900 caixas-arquivo),
– 300 adesivos,
– 1.970 cartazes,
– 8.040 fotogramas em folhas de contato fotográfico,
– 745 diapositivos,
– 21.450 fotografias,
– 24.030 negativos,
– 1.450 fitas audiomagnéticas,
– 1.410 registros audiovisuais em diferentes formatos,
– 80 bandeiras e faixas,
– 1.000 broches,
– 200 camisetas,
– outros materiais: brindes de campanha, bolsas, discos de vinil, bonés e chaveiros.

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