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Há 48 anos, ditadura libertava 40 em troca de embaixador


Há 48 anos, ditadura libertava 40 em troca de embaixador

Antonio Alonso
Da Fundação Perseu Abramo 

Em 11 de junho de 1970, enquanto as atenções do país estavam voltadas para a Copa do México, o embaixador da Alemanha Ocidental, Ehrenfried von Holleben, era sequestrado no Rio de Janeiro.

Numa ação conjunta, a Ação Libertadora Nacional (ALN) e a Vanguarda Popular Revolucionária (VPR) conseguiram a libertação de quarenta presos políticos (incluindo vários participantes do sequestro do embaixador dos EUA, em setembro de 1969). O manifesto das organizações foi divulgado em rádio e TV.

Uma das militantes libertadas, Vera Sílvia Magalhães, sequer podia caminhar devido às sequelas das torturas.

Embora o sequestro passasse a impressão de que a guerrilha urbana seguia forte, a situação das organizações da luta armada era dramática. A VPR, idealizadora do plano, tinha tão poucos militantes que para realizar a ação teve de pedir ajuda à ALN, que colaborou com dinheiro, armas e quadros. A situação da VPR era tão precária que, confirmada a chegada dos companheiros a Argel, não havia carro para conduzir o embaixador ao local onde ele seria libertado. A Kombi reservada para a missão tinha sido rebocada por estacionamento em local proibido. A libertação teve de esperar 24 horas, à espera de um fusca. Ao se despedir dos sequestradores, Von Holleben afirmou: “Pensei que vocês fossem mais organizados”.

As informações desta matéria são do Memorial da Democracia, o museu virtual dedicado às lutas democráticas do povo brasileiro.

O Centro Sérgio Buarque de Holanda da Fundação Perseu Abramo têm, sob sua guarda, registros de uma das experiências mais importantes da classe trabalhadora na história recente do Brasil. O acervo pode ser pesquisado em: fpabramo.org.br/csbh/base-de-dados-do-csbh. 

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