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Jornalistas da EBC relatam medo e censura

Constrangimentos incluem demissões, ameaças e até uma "lei da mordaça", informa matéria publicada no The Intercept Brasil


Jornalistas da EBC relatam medo e censura

Reunião do colegiado da EBC com o hoje extinto Conselho Curador, em outubro de 2015. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Segundo o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Distrito Federal, a atual direção da EBC, a Empresa Brasileira de Comunicação, além de ter promovido a censura e o desmonte dos veículos públicos de comunicação com um “ataque frontal à lei que estabeleceu a comunicação pública federal”, também acelerou a imposição de uma linha editorial governista dentro da EBC.

O relato está na matéria "Jornalistas da EBC relatam constrangimento, medo e censura no governo Temer", de Matheus Pichonelli, do The Intercept Brasil.

A situação levou o sindicato a publicar uma série de notas. “Há dezenas de casos de censura explícita, com membros da diretoria excluindo posições críticas ao governo minutos antes da publicação de reportagens”, diz uma delas. 

Herdeira da estrutura da Radiobrás, a EBC, fundada em 2007 como uma instituição “pública, inclusiva, plural e cidadã”, tem como missão “criar e difundir conteúdos que contribuam para a formação crítica das pessoas”.

Hoje, afirma o coordenador do Sindicato dos Jornalistas do Distrito Federal (DF), Gésio Passos, há uma luta diária, por parte dos trabalhadores, contra o assédio na empresa, sobretudo na Agência Brasil. “Quem assumiu a gestão não tem nenhum constrangimento em assediar os funcionários”, diz.

Segundo ele, a EBC hoje está “sitiada”. “Sempre fomos críticos às gestões anteriores, mas é muito simbólico que uma das primeiras medidas de Temer como presidente tenha sido acabar com o controle social na EBC”, acusa.

Ele se refere à Medida Provisória 744, aprovada em fevereiro no Senado por 47 votos a 13. A MP acabou com o mandato fixo para o presidente da empresa e extinguiu o Conselho Curador, principal ferramenta de participação da sociedade civil na gestão da EBC.

Segundo o coletivo Intervozes, os dois mecanismos extintos pela MP eram as principais garantias de autonomia da EBC em relação ao governo federal.

Os constrangimentos a jornalistas da empresas incluem demissões, como a do diretor de jornalismo de São Paulo, que teria sido desligado após a publicação, na Agência Brasil, de matérias sobre o acampamento do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) e críticas do Dieese à reforma da Previdência. Além disso, jornalistas da empresa denunciam a adoção de um novo código de conduta que veta, por exemplo, a manifestação “para o público externo de divergências de opinião de cunho técnico que denote desacordo entre empregados em exercício da EBC”.

Leia a matéria completa no site do The Intercept Brasil.

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