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Lula e Dilma entregaram 1,1 milhão de cisternas no Nordeste


Lula e Dilma entregaram 1,1 milhão de cisternas no Nordeste

Quem é do sertão nordestino sabe que seca não se combate, se convive. E a melhor forma de conviver com o semiárido é armazenando, seja água, sejam alimentos. Uma tecnologia barata e simples para armazenar água no semiárido é a cisterna.

Terceiro estado a receber a visita do ex-presidente na sua viagem pelo Nordeste, Alagoas recebeu 63.560 cisternas nas gestões petistas. Lulavai percorrer as cidades de Penedo, Arapiraca e Maceió, nos dias 22 e 23 de agosto.

Ao todo, nos 13 anos em que o Partido dos Trabalhadores estive na Presidência da República, foram entregues 1,2 milhão de cisternas em todo País, sendo 1,1 milhão no Nordeste. O programa de cisternas ganhou até o Prêmio de Política para o Futuro de 2017 da Organização das Nações Unidas (ONU).

“Isso significa 1,2 milhão de famílias, em torno de 4,6 milhões pessoas beneficiadas. É uma população gigantesca beneficiada por essa ação barata, simples e que é uma solução estruturante e não apenas emergencial”, afirma a ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome do governo Dilma Rousseff, Tereza Campello.

Para se ter uma ideia da importância desta ação no Nordeste, é preciso saber metade dos nove estados da região tem mais de 85% de sua área caracterizada como semiárida.

Custando cerca de R$ 2.500 a R$ 3.000, as cisternas usam a superfície do telhado das casas para recolher a água da chuva e armazená-la. Uma cisterna cheia é suficiente para manter uma família e quatro pessoas tendo acesso a água durante oito meses.

“As cisternas trouxeram a possibilidade do sertanejo, apesar do período de estiagem, conseguir permanecer na terra, ter água para beber, água para cozinhar. Uma casa com cisterna é um pequeno oásis no meio de seca”, ressalta Campello.

A ministra do governo Dilma explica que a ideia de combater o semiárido, além de ser completamente equivocada, traz a perspectiva apenas de ações emergenciais e pontuais frente à seca, e não ações estruturais que criam condições para que o sertanejo e sua família consigam desenvolver formas conviver com aquela situação e sobreviver ao período da seca.

Ela frisa, ainda, que o armazenamento de água e alimentos não é pré-requisito apenas para quem vive em regiões áridas.

“É o que se faz, diga-se de passagem, também nos locais frios, onde você não consegue colher durante a neve. Ninguém combate a neve, ninguém combate o frio na Sibéria”, aponta.

Transformada em política pública pelos governos do PT, a tecnologia de uso das cisternas, assim como outras soluções de convivência com a seca, já eram utilizadas no sertão.

Articulação Semiárido Brasileiro (ASA) foi uma das entidades da sociedade civil pioneira no uso de cisternas no sertão nordestino.

Rede formada por mais de três mil organizações como sindicatos rurais, associações de agricultores, cooperativas e ONG´s, a ASA está presente nos 10 estados que compõem o semiárido brasileiro, pondo em prática o projeto político da convivência com o semiárido.

As ações da ASA estão pautadas, principalmente, na cultura do estoque de água, alimentos, sementes, animais e todos os elementos necessários à vida na região, sendo a construção de cisternas o carro-chefe da sua atuação.

Porém, essas ações ainda eram isoladas e com um contingente pequeno diante da necessidade, porque sem a força do Estado, não se consegue replicar e dar escala a essas políticas.

“Foi isso que a gente começou a fazer. Transformamos o programa de cisternas em uma política pública e com isso passamos a replicar essa tecnologia e dar escala, a ponto de praticamente universalizar o acesso às cisternas”, completa Tereza Campello.

Políticas de convivência com a seca ameaçadas 

Os retrocessos ao povo brasileiro, desde o golpe que derrubou a presidenta Dilma, também são sentidos nas ações de convivência do semiárido. Felizmente, aponta Campello, a política de cisternas não foi tão fortemente atingida, pois os governos do PT conseguiram entregar cisternas a praticamente todas as famílias que precisavam.

Além disso, as cisternas duram 30 anos sem precisar serem repostas. Porém, outras políticas que permitiam a convivência do sertanejo com a seca sentiram os retrocessos.

Como é o caso Programa Aquisição de Alimentos (PAA), criado por Lula em 2003 para colaborar com o enfrentamento da fome e da pobreza e, ao mesmo tempo, fortalecer a agricultura familiar por meio da comercialização e aquisição direta de produtos de agricultores familiares.

“O PAA, que era um programa muito importante principalmente no Nordeste, praticamente acabou. A gente chegou a investir em torno de R$ 800 milhões por ano, esse ano não vai chegar a R$ 50 milhões”, conta a ministra Desenvolvimento Social e Combate à Fome do governo eleito.

Segundo ela, além das cisternas, as principais ações de convivência com o semiárido eram implantadas pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), extinto por Temer logo no primeiro mês que assumiu a Presidência.

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