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Maio é mês do trabalhador e das lutas


Maio é mês do trabalhador e das lutas

As manifestações do #15M contra os cortes na Educação foram até agora a reação mais forte contra os ataques do atual governo aos direitos dos trabalhadores. Maio é marcado na história brasileira por greves, agitações e conquistas. O mês que começa com o Dia Internacional do Trabalhador é o mês das grandes greves do ABC, que definitivamente puxaram a guinada para a redemocratização, e é também o mês de conquistas trabalhistas longevas e que hoje estão sob ataque.

Foi em Maio que Getúlio Vargas instituiu o salário mínimo (1940), consolidou a Justiça do trabalho (1939) e as leis trabalhistas (1943), todas conquistas que estão hoje sob ataque do atual governo.

Ainda antes disso, em  maio de 1932, trabalhadores de Santos, São Paulo e Rio de Janeiro cruzaram os braços reivindicando a proibição do trabalho de menores de 14 anos, a regulamentação dos direitos da mulher e a jornada de oito horas de trabalho na indústria. A polícia reagiu prendendo dezenas de lideranças, mas a greve alcançou um objetivo audacioso para a época: a jornada de trabalho de oito horas.

Mesmo na ditadura militar houve conquistas marcantes. Na corajosa greve de Contagem (MG), em 1968, policiais foram buscar em casa os operários, ameaçados de demissão sumária. Depois de 11 dias, a greve foi encerrada, mas no Primeiro de Maio o general presidente Costa e Silva foi obrigado a anunciar um aumento de 10% nos salários de todos os trabalhadores brasileiros, furando pela primeira vez a política de arrocho. 

No mesmo ano de 1968, só que em Paris, uma multidão de estudantes saía às ruas para mudar o mundo.

Foi no dia 12 de maio de 1978 que os trabalhadores da fábrica de caminhões da Scania, em São Bernardo do Campo (SP), cruzaram os braços exigindo um aumento salarial de 20%, acima do reajuste estipulado pelo governo. A greve da Scania – que rapidamente se alastrou por um grande número de fábricas na região do ABC paulista – foi o sinal de que um poderoso ator social estava entrando em cena no país: a classe trabalhadora. O movimento expressava um novo sindicalismo; combativo, autônomo e organizado a partir da base. Surpreendeu a ditadura e alterou os rumos da “abertura”, a transição conservadora do regime que excluía os trabalhadores.

O Novo Sindicalismo, ou “sindicalismo autêntico”,  como também se tornou conhecido, desafiou a legislação antigreves e começou a romper as amarras da organização sindical subordinada ao Estado, modelo implantado no país desde a década de 1940. Os trabalhadores impulsionaram a luta pela redemocratização não somente por meio de greves: iriam criar seu próprio partido, o PT, em 1980, e a Central Única dos Trabalhadores, a CUT, em 1983. Articulado com outros movimentos sociais, o Novo Sindicalismo levaria a pauta dos trabalhadores às ruas e à Assembleia Constituinte (1987-1988), conferindo nova qualidade à luta política na transição da ditadura para o regime democrático.

O Memorial da Democracia tem um capítulo especial dedicado inteiramente ao Novo Sindicalismo.

Confira abaixo algumas lutas e conquistas populares de maio que você pode pesquisar no Memorial da Democracia, o museu virtual do Instituto Lula e da Fundação Perseu Abramo:

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