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Progressistas defendem integração ante ofensiva neoliberal na América Latina


Progressistas defendem integração ante ofensiva neoliberal na América Latina

Reprodução Copppal

“É imprescindível aprofundar nossa luta por uma Pátria Latino-Americana justa, livre e solidária”. É o que diz a Declaração de Assunção, documento final da 34ª reunião plenária da Conferência Permanente de Partidos Políticos da América Latina e Caribe (Copppal), que reuniu mais de 70 delegados de 36 países na capital paraguaia no último final de semana.

Os partidos progressistas, que estiveram reunidos no encontro entre os dias 14 e 16 de outubro, ressaltaram a necessidade de se fortalecer a integração latino-americana, fazendo frente à ofensiva neoliberal que vem ganhando força na região nos últimos tempos. Neste contexto, os chamados golpes suaves foram condenados, bem como a ofensiva judicial contra o ex-presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva.

A avaliação do organismo é que a perseguição a Lula é parte do golpe parlamentar no Brasil. Por isso, em sua resolução final, a Copppal resolveu se somar à campanha mundial “Estamos com Lula”, fazendo um chamado a “todos os democratas, partidos de esquerda e progressistas, nacionais e populares, organizações sindicais e movimentos sociais” para que façam o mesmo.

Ainda sobre o cenário brasileiro, numa demonstração de que não reconhece o governo de Michel Temer, considerado “usurpador da democracia”, o documento pede a restituição de Dilma Rousseff e ressalta que ela é a “legítima presidenta dos brasileiros”.

O golpe contra a presidenta Dilma neste ano não foi único na região. Nos últimos anos, além das tentativas fracassadas em Bolívia, Equador e Venezuela, a América Latina vivenciou a deposição dos presidentes de Honduras, Manuel Zelaya (2009) e Paraguai, Fernando Lugo (2012) via golpes parlamentares, ou golpes brandos, chamados assim porque não são executados por meio da força militar e têm ares de legalidade.

Ao avaliar tal situação, a Copppal destaca que o continente vive uma conjuntura semelhante à que deu origem à agrupação em 1979, quando os partidos políticos discutiam as formas de recuperar a democracia e as liberdades públicas violadas por ditaduras militares.

Na avaliação presente no documento final, os governos progressistas da região, que chegaram ao poder a partir do final dos anos 1990, conduziram uma reparação de danos sociais causados pelo neoliberalismo e pelas ditaduras e impulsionaram os projetos de integração regionais.

Nesse sentido, o presidente da Copppal, o dominicano Manolo Pichardo, afirmou, ainda durante a abertura do evento, que a resolução do encontro não deve ficar restrita a documentos, mas deve servir para colocar o organismo em ação, para fazer frente aos desafios da região. Assim, ele propôs a criação de uma articulação continental de legisladores para articular uma aproximação sul/sul com o objetivo de fazer convergir “o Mercosul [Mercado Comum do Sul], a Unasul [União das Nações Sul-Americanas], o Pacto Andino, e o Sica [Sistema de Integração Centro-Americano] e suas expressões parlamentares”.

Entre as resoluções do encontro também estão o apoio à demanda argentina pela soberania das Ilhas Malvinas; o eco ao pedido cubano pelo fim do bloqueio estadunidense imposto à ilha; a denúncia contra a prisão da ativista argentina Milagro Sala, considerada presa política deste país; o apoio à iniciativa do presidente Nicolás Maduro de chamar a oposição para o diálogo em face da crise política venezuelana e o respaldo ao processo de paz entre as FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia e o governo colombiano.

A próxima reunião da Copppal será realizada em Quito, Equador, em novembro de 2017.

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