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Domésticas reconhecem legado de políticas públicas

Em encontro com ex-presidente Lula, trabalhadoras lembraram importância da lei das domésticas e programas como Bolsa Família, Prouni, Minha Casa Minha Vida


Domésticas reconhecem legado de políticas públicas

Ricardo Stuckert

Em encontro com ex-presidente Lula, trabalhadoras lembraram importância da lei das domésticas e programas como Bolsa Família, Prouni, Minha Casa Minha Vida

Muitas da políticas pensadas e gestadas desde os tempos de Instituto Cidadania, agora Instituto Lula, foram lembradas na tarde deste domingo (4), em encontro das trabalhadoras domésticas com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), no Sindicato dos Metalúrgicos, em São Bernardo do Campo (SP). Além da PEC das domésticas, de 2015, foram destacados os programas Bolsa Família, Prouni, Minha Casa Minha Vida.

As trabalhadoras relembraram as dificuldades vividas antes da regulamentação da lei das domésticas, no governo Dilma Rousseff. E as perdas após o golpe que levou à Presidência da República o vice Michel Temer, em 2016.

Tatiane Loredo Camargo, 46 anos, do Rio Grande do Sul, comentou a deterioração da situação financeira da categoria: tornou-se necessário “racionar” a comida, e o lazer virou uma exceção.

Levantamento do Dieese com base em dados da Pnad Contínua (IBGE) entre 2019 e 2021 comprovam essa dura realidade. Houve diminuição no número de trabalhadoras com carteira assinada: 76% trabalham sem registro. Segundo o Dieese, são 5,7 milhões os trabalhadores domésticos no Brasil, dos quais 92% são mulheres e 65% são negras. O rendimento médio mensal caiu em todas as regiões do Brasil. A média nacional baixou dos R$ 1.016 para R$ 930. E as trabalhadoras sem carteira ganharam 40% a menos do que as com carteira.

Gratidão

Cleide Silva Pereira Pinto, representando a presidência da federação nacional dos trabalhadores domésticas (Fenatrad), falou sobre seus dois filhos. “O filho da trabalhadora doméstica tem canudo graças ao governo Lula, ao governo Dilma”, agradeceu.

Diana Solis, boliviana há 26 anos no Brasil e que mora em São Paulo, ressaltou as dificuldades das imigrantes. “Elas são escravizadas, não têm direitos garantidos”, disse, pedindo atenção dos candidatos a essas trabalhadoras.

O encontro também debateu a criação de abrigos para mulheres vítimas de violência, além da importância da retomada do programa habitacional Minha Casa, Minha Vida e do aumento de vagas em creches.

Para Lula, os empregadores precisam estar se vigiando todo dia. “Se a gente está tratando as pessoas com respeito, com carinho e se a gente está pagando aquilo que é o correto pagar. Tem muita gente boa de coração, que acha que R$ 1,3 mil não é nada, mas quando tem de pagar no final do mês pra empregada, acha que é muito. E o mais grave é porque a gente não faz avaliação do serviço prestado. Não lembra que aquele pagamento é porque alguém lavou a louça que a gente sujou, limpou a mesa, o chão, banheiro, limpou as crianças que a gente não teve tempo de limpar, arrumou a cama que a gente dormiu. Se a gente ficar pensando nisso, paga o salário agradecendo e acha até pouco. Mas não temos essa cultura. Precisamos valorizar o que a gente recebe”, afirmou o ex-presidente.

Lula também citou a necessidade de o Estado oferecer educação e saúde de qualidade para a população. E lembrou que o Minha Casa Minha Vida teve 89% das escrituras assinadas por mulheres. “A gente preferiu dar a casa para as mulheres com a consciência de que a mulher tem mais responsabilidade e jamais venderia a casa para deixar as crianças desabrigadas.” Assim como o cartão do Bolsa Família. “Ela ia comprar comida pra levar para os filhos.”

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