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Há 25 anos: Policiais matam oito na Chacina da Candelária

Oito jovens morreram e muitos ficaram feridos após o ataque promovido por policiais militares em 23 de julho de 1993


Há 25 anos: Policiais matam oito na Chacina da Candelária

Oito jovens morreram e muitos ficaram feridos após o ataque promovido por policiais militares em 23 de julho de 1993, no episódio conhecido como Chacina da Candelária. Cerca de 50 meninas e meninos em situação de rua, com idades entre 11 e 19 anos, dormiam em frente à Igreja da Candelária, no centro do Rio de Janeiro, quando foram acordados pelo barulho dos tiros. O massacre chocou o país e ganhou repercussão internacional.

Foram mortos Paulo Roberto de Oliveira, Anderson de Oliveira Pereira, Marcelo Cândido de Jesus, Valdevino Miguel de Almeida, Leandro Santos da Conceição, Paulo José da Silva e Marcos Antônio Alves da Silva.

Dentre os sobreviventes estava Sandro do Nascimento. Sete ano mais tarde ele voltaria às manchetes pelo sequestro do ônibus 174, outro episódio emblemático de violência no Rio de Janeiro. Numa ação contestável da polícia naquela noite, uma refém, a professora Geísa Firmo Gonçalves, foi morta. Depois, Sandro foi asfixiado dentro da viatura policial.

Outro sobrevivente da chacina, Wagner dos Santos, prestou depoimento e foi crucial para a elucidação do crime. Por isso sofreu um segundo atentado em 1994 e, então, foi colocado no Programa de Proteção a Vítimas e Testemunhas Ameaçadas. Seguiu para a Suíça, onde ainda vive e enfrenta problemas de saúde decorrentes dos quatro tiros que recebeu.

A pressão da opinião pública e de organizações brasileiras e estrangeiras impediu que as investigações fossem bloqueadas, como aconteceu em relação à chacina de Acari, em 1990. O inquérito apontou que seis policiais militares planejaram friamente o massacre. Três deles foram condenados, dois absolvidos e um morreu durante as investigações. 

Os policiais Marcus Vinícius Borges Emmanuel e Marcos Aurélio Dias Alcântara foram condenados a mais de 200 anos de prisão; Nélson Oliveira dos Santos Cunha, a 45. Os três foram soltos pelo indulto após cumprirem parte da pena. Um dos principais participantes, Marcus, teve o indulto suspenso e está foragido da Justiça.

Outros episódios marcantes da luta nacional pela democracia, igualdade e justiça social podem ser acessados no museu digital Memorial da Democracia

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