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Há 30 anos, nascia a Caravana da Cidadania

Idealizada no então Instituto Cidadania, hoje Instituto Lula, as Caravanas da Cidadania percorreram mais de 4.500 quilômetros em sete estados do país


Há 30 anos, nascia a Caravana da Cidadania

Caravana da Cidadania passa pelo Vale do Ribeira em 1995

Ao ter a candidatura derrotada nas primeiras eleições presidenciais pós-ditadura militar, em 1989, Luiz Inácio Lula da Silva e seus apoiadores decidiram permanecer mobilizados, debatendo e propondo temas importantes para o Brasil, em torno do Instituto de Estudos e Pesquisas dos Trabalhadores, que logo se transformaria no Instituto da Cidadania. Um dos temas priorizados foi o combate à fome e à pobreza. E para fazer isso era preciso conhecer profundamente seu país e seu povo. 

Assim nasceu a Caravana da Cidadania. 

Entre 1993 e 1996, Lula percorreu 395 cidades em todos os estados brasileiros, nas chamadas Caravanas da Cidadania. Nessas viagens ao Brasil profundo, em municípios do interior sem peso eleitoral, Lula conheceu os problemas e as reivindicações da população. Uma das questões mais recorrentes era justamente a fome.

Lula desembarca para visita a mais uma parada das Caravanas da Cidadania   

Assista ao documentário produzido pela TVT, sobre a viagem empreendida por Lula nas Caravanas da Cidadania (1993-1996). 

Do Memorial da Democracia  

Durante 20 dias, entre 23 de abril e 12 de maio, uma caravana liderada por Luiz Inácio Lula da Silva percorreu 4.500 quilômetros em sete Estados. Organizada pelo Instituto da Cidadania, seu propósito é conhecer de perto os problemas enfrentados pelos brasileiros de áreas remotas, raramente mostrados pelos meios de comunicação ou pela publicidade oficial. Essa seria a primeira de uma série de sete Caravanas da Cidadania, idealizadas pelo líder petista em 1989.

O objetivo de Lula era o de construir, pelo diálogo com a população, uma alternativa de governo popular e democrático que respondesse às reais necessidades do país. Foi  uma experiência sem precedentes na política brasileira, na qual tradicionalmente os políticos só buscavam os eleitores na época das eleições.

Técnicos, especialistas, sindicalistas, lideranças do PT e jornalistas integravam as caravanas, registrando os encontros com as comunidades visitadas.  Os roteiros não incluíam cidades ricas ou a costa brasileira e privilegiavam os chamados grotões. Nos contatos com a população, Lula, em vez de discursar, entrevistava as pessoas, procurando ouvi-las e conhecer de perto seus problemas. A maior parte dos locais visitados não tinha peso eleitoral e jamais havia recebido a visita de um presidenciável. A presença de Lula reforçou nos moradores a autoestima e o sentimento de pertencimento ao país. 

Os integrantes das caravanas enfrentavam longas viagens de ônibus e hospedavam-se geralmente na casa de cidadãos das comunidades. A primeira caravana partiu de Garanhuns (PE), terra natal de Lula, e terminou em Vicente de Carvalho, distrito pobre de Guarujá (SP) para onde sua família havia migrado em 1952. Ao longo da viagem, aconteceram mais de cem encontros e atos públicos em 68 cidades. Outras seis caravanas seriam realizadas até 1994, alcançando um total de 359 cidades e percorrendo 80 mil quilômetros. Em 2001, partiriam três novas caravanas em visita a 47 cidades em sete Estados. 

Dois livros e um vídeo relatam em detalhes essa experiência pioneira: “Viagem ao Coração do Brasil” (editora Scritta, com vídeo da TV dos Trabalhadores) e “Diário de Viagem ao Brasil Esquecido”, da mesma editora.

Leia também: As Caravanas da Cidadania (1993-1996) 

As Caravanas da Cidadania organizadas por Lula chegam a 359 cidades 

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