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Projeto premiado pelo IL debate corredor bioceânico

Vencedor do edital do Instituto Lula, professor Rodrigo Mendes Souza apresentou estudo sobre cidade de Porto Murtinho, no Mato Grosso do Sul, na rota de integração latino-americana


Projeto premiado pelo IL debate corredor bioceânico

Reprodução

Vencedor de um dos editais do Instituto Lula, em 2021, o seminário apresentado nesta quinta-feira (8) pelo professor-adjunto do curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS) Rodrigo Mendes Souza, é parte do tema América Latina na Encruzilhada no Início do Século 21. Doutor pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU), da USP, Rodrigo falou sobre o corredor bioceânico, a rota de integração latino-americana e os fluxos produtivos. Os comentários foram dos arquitetos Nilce Aravecchia e Alexandre Delijaicov, ambos da FAU-USP.

O trabalho, explicou o professor, foi desenvolvido por uma equipe e baseado em um objeto de estudo que é o município de Porto Murtinho (MS), na fronteira com o Paraguai. “Ao longo do trabalho entendemos esse município determinado por dois eixos. O eixo da Rota de Integração Latino-americana (Rila), que liga os portos do sudeste brasileiro, principalmente Paranaguá e Santos, aos portos da costa norte do Chile. E isso determina o eixo leste-oeste que cruza a rede de cidades de fronteira do Brasil.” 

Soja, proteína animal e celulose são os três principais produtos do Mato Grosso do Sul. É a unidade política que tem a maior quantidade do seu território assentado sobre o Aquífero Guarani, um dos grandes reservatórios de água potável do mundo, além de outros sete. “Uma região onde se tem muita água.”

Rodrigo lembra o perfil exportador do MS principalmente com a China, 45% das suas exportações. Em segundo lugar, os Estados Unidos são responsáveis por 6,3%.

A  proposta apresentada ao Instituto Lula, então, é um projeto de arquitetura que procure resgatar esse valor que a água apresenta para definição do MS e Porto Murtinho, lembrando que o Pantanal é um dos biomas que mais tem sofrido no Brasil. “Um projeto que pudesse reforçar essa presença da água como elemento definidor do MS, e não negasse essa vocação logística que o estado apresenta.”

Economia

A Rila pode significar uma economia de mil dólares por contêiner exportado via Chile e não pelos portos brasileiros da Costa do Atlântico, relata o pesquisador. Além da economia de tempo de transporte de 10 a 14 dias. “Pensando a China como principal parceiro comercial do MS,  eles têm uma política muito bem definida a respeito dos seus recursos naturais. Não usam agua para produção de ração animal, só pra indústria e consumo humano.”

Assim, o produto exportado leva a água do Brasil que compõe grande parte dessa soja. Além disso, a região vive a expectativa da construção, a partir de janeiro do ano que vem, da Ponte Rodoviária Internacional sobre o rio Paraguai, entre Porto Murtinho e a cidade paraguaia de Carmelo Peralta. E o que vai sobrar para o município, qual o desdobramento, que tipo de cidade essa exploração de recurso vai engendrar? O que vem a ser uma grande obra de infraestrutura para a cidade?

O meio ambiente só é considerado como ameaça, observa Rodrigo, mas não a condição necessária para que esses projetos se desdobrem sobre o território. “Nossa ideia é que o caso das cidades de fronteira fosse pensado individualmente por uma parceria entre pesquisadores e universidades”, afirma. “O MS é o grande ponto que vai articular o interior do continente com o Atlântico. Com o projeto da Rila esse caráter se reforça com relação ao Pacífico. Não à toa a rota bioceânica está sendo traçada ali. Uma condição geográfica muito peculiar, muito cheia de vantagens.”

O professor fala ainda sobre a condição singular do estado, para projetos de infraestrutura. “Ele é definido por rios. A divisa com o estado de São Paulo é o rio Paraná e com o Paraguai o rio Paraguai.”

Acompanhe o webinário


Nova grade de webinários

Fruto do Ciclo de Estudos e Pesquisas que trata das Novas e Velhas Desigualdades na Era Digital, o Instituto Lula está promovendo uma série de 18 webinários que apresentam e debatem estudos aprovados em chamadas públicas realizadas pelo IL no final de 2021. No mês passado, foram exibidos pelo canal do instituto onze desses seminários, sempre em consonância com o compromisso do IL em divulgar o conhecimento e estimular o debate necessário em qualquer sociedade democrática.

A primeira série de webinários abordou temas acerca da Soberania e Segurança na Era Digital

Segundo ciclo de webinários trata de Desigualdades: Identidades e Cuidados

Com o início do período de campanha eleitoral, no entanto, as atenções passaram a se concentrar em torno das eleições e o conteúdo dos artigos não dialoga com esse contexto. Para evitar ilações inadequadas com a disputa presidencial, o Instituto – apartidário e sem fins lucrativos – decidiu reorganizar a grade dos próximos sete webinários com reinício na quinta-feira (8). Veja abaixo:

O edital PesquisAção ofereceu bolsas de R$ 6 mil cada para a realização de pesquisas. Um segundo edital ofereceu  bolsas de R$ 3 mil para a produção de artigos. Os contemplados agora dividem seu conhecimento com o público por meio dessa série de webinários. Além disso, serão publicados três livros com uma coletânea desses artigos e pesquisas.

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