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O Orgulho LGBTQI+ não pode parar


O Orgulho LGBTQI+ não pode parar

Foto: Wikiwand/Acervo Memorial da Democracia

Pela primeira vez, desde o dia 28 de junho de 1997, a tradicional Parada Gay, que acontece todo ano no primeiro domingo após o feriado de Corpus Christi, foi virtual em consequência da pandemia da Covid-19. A parada foi adiada para novembro de 2020, mas teve sua versão online no último dia 14 em diversos canais no YouTube.

A história

Inspirada nas gay pride parades realizadas desde 1969 nos Estados Unidos, a primeira Parada do Orgulho Gay reuniu em São Paulo cerca de 2 mil pessoas que protestavam contra a discriminação e a violência sofridas por gays, lésbicas e travestis.

O tema central da manifestação – “Somos muitos, estamos em várias profissões” – procurava dar visibilidade ao público GLT (gays, lésbicas e travestis) e sensibilizar a sociedade para o convívio respeitoso com as diferenças, pressionando o Estado a garantir os direitos da comunidade homossexual.

O ativista Beto de Jesus, um dos fundadores da Parada do Orgulho LGBTQI+ de São Paulo, conta que chegou a “suar de nervoso” com medo de as pessoas não aderirem. “Foi um marco! O horário foi chegando e milagrosamente as pessoas foram aparecendo, na realidade elas estavam à paisana, esperando que outras se revelassem... foi lindo, luz da tarde e 2 mil pessoas assumindo publicamente seus amores, seus corpos e suas histórias”.

Beto conta que a drag queen Kaka Di Polli precisou se deitar no asfalto da Paulista para que a polícia respeitasse o movimento. Outras drags a seguiram e também se deitaram na avenida. “Precisávamos colocar a bandeira na rua! Foram 2 mil pessoas, uma Kombi do Sindicato dos Metroviários e um microfone. Descemos a Paulista em direção à Praça Roosevelt e nunca mais voltamos a ser as mesmas pessoas. Aquele único microfone ressoou nossas vozes e ganhamos visibilidade massiva”.

Em 1999, já com o nome de Parada do Orgulho LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e transgêneros), o evento entrou no calendário oficial da cidade de São Paulo, tornando-se o maior do mundo no gênero. Chegaria a contar com a participação de cerca de 4 milhões de pessoas em edições posteriores.

Em 2006, 10ª Parada do Orgulho LGBT de São Paulo foi incluída no Livro dos Recordes (Guinness Book), como a maior do gênero no mundo — 2,5 milhões de participantes.

O Centro Sérgio Buarque de Holanda de Documentação e Memória guarda em seu acervo fotos e documentos históricos sobre o movimento LGBT. Confira.

Revista Teoria e Debate de setembro de 1994: O Boom Gay e Lésbico

Revista Teoria e Debate, artigo: Na trilha do arco-íris do movimento homossexual ao LGBT

Parada Gay 2002 - Foto: Cesar Hideiti Ogata

Parada Gay 2002 (2) - Foto: Cesar Hideiti Ogata

Parada Gay 2002 (3) - Foto: Cesar Hideiti Ogata

PT Notícias - nº 118

PT Notícias - nº 134

Este texto é um trabalho do Memorial da Democracia, o museu virtual da Fundação Perseu Abramo e do Instituto Lula, dedicado às lutas democráticas do povo brasileiro.

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