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Campello: O preconceito não mata a fome


Campello: O preconceito não mata a fome

Foto: Arquivo/Agência Brasil

Por Tereza Campello
Ex-ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome

A ex-ministra Tereza Campello estava no cargo quando o Brasil saiu do mapa da fome da ONU. Hoje, infelizmente, o país retrocedeu por uma série de fatores, todos eles convergindo na falta de interesse e de vontade política de governar também para os mais pobres. Os dados são alarmantes: 33 milhões de brasileiros hoje passam fome  e a inflação atinge especialmente os alimentos.  Tereza Campello publicou um fio no twitter avaliando por que as investidas de última hora do atual governo não têm dado efeito nas urnas: falta um compromisso de longo prazo e o entendimento que a pobreza não se combate apenas com assistencialismo. Nos governos Lula e Dilma, emprego e renda (com o salário mínimo crescendo 74% acima da inflação) puxaram o crescimento econômico de diversas regiões do Brasil. 

Veja abaixo o fio transcrito:

Para Bolsonaro os pobres são burros e aproveitadores. Podem ser comprados. Tentou no 1º, e no segundo turno tenta de novo, com medidas anunciadas ao raiar do sol: antecipação do calendário, 13º e promessas. Mas as urnas mostraram o oposto.

Por 18 anos imprensa hegemônica e elites repetiram o mesmo, de forma polida: o Bolsa Família levou os pobres e o Nordeste a votarem em Lula e no PT. Por isso Bolsonaro acabou com o Bolsa e criou o “seu” programa. Surpresa: os pobres e o Nordeste continuaram votando em Lula.


São várias as explicações de porque o “plano maligno” de comprar os pobres não deu certo: Primeiro porque a tese de que são pobres porque são preguiçosos é infundada. Preconceito. Farta evidência científica comprova que trabalham muito e que o Bolsa Família complementa a renda.

Segundo porque não foi só transferência de renda que mudou a vida dos mais pobres nos períodos Lula/Dilma. O central foi a renda do trabalho: valorização do Salário Mínimo que cresceu 74% acima da inflação e geração de 20 milhões de empregos de qualidade.

Terceiro porque não foi só renda. Um conjunto amplo de políticas públicas compôs a estratégia multidimensional de enfrentamento da pobreza: Luz para Todos; Cisternas; Fomento Rural; Creches; Farmácia Popular; Alimentação Escolar de qualidade etc etc.

Tudo isso voltará com Lula . E muito mais, com a retomada do CONSEA, o fortalecimento da agricultura familiar e a garantia de segurança alimentar e nutricional com comida a preços acessíveis e de qualidade.

Temos que denunciar as falcatruas de Bolsonaro: 1) Promete os R$600 mas não colocou no orçamento. É golpe! 2) promete o 13º do BF. Já havia prometido em 2018 e não cumpriu. Deu um ano atrasado um abono em 2020 e interrompeu. É golpe. 

E o pior: Bolsonaro promete R$200 a mais para quem arranjar emprego formal (Como se o pobre não arranjasse emprego por falta de estímulo, por preguiça). Mas essa é promessa velha. A medida já está na lei há 14 meses ... e não saiu do papel. ZERO emprenhado, ZERO gasto. É golpe.

Todos nós, que temos compromisso com o combate a pobreza, a fome a as desigualdades temos a tarefa de enfrentar esse debate e garantir que chegue aos beneficiários, aos funcionários públicos que atendem a população e a rede do SUAS. Agora é Lula 13!

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