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Alimentação escolar vira modelo para África


Alimentação escolar vira modelo para África

Foto: Ricardo Stuckert/PR

@FAO Brasília – DF, 16 de agosto de 2013 – A experiência brasileira de fortalecimento dos programas de alimentação escolar e sua relação com a agricultura familiar serão levadas para a África. Essa é mais uma das ações brasileiras em parceria com a FAO para cooperação sul-sul, que envolve 17 projetos com valores que ultrapassam US$ 36 milhões.

Em visita ao país nessa semana, o diretor geral da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), José Graziano da Silva, assinou o projeto “Fortalecimento dos Programas de Alimentação Escolar em Países Africanos”, uma parceria com o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), do Ministério da Educação (MEC), e Agência Brasileira de Cooperação (ABC), ligada ao Ministério das Relações Exteriores (MRE), que representa um investimento de quase US$ 2 milhões a serem aplicados no compartilhamento de experiências e cooperação técnica no que se refere à alimentação escolar, como sua vinculação à agricultura familiar como forma de desenvolvimento local. As ações serão implementadas em países africanos a serem definidos, respondendo e adaptando a ação às necessidades e realidades locais.

“Eu acredito que a vinculação entre alimentação escolar e agricultura familiar pode dar uma importante contribuição à segurança alimentar e complementar outros esforços que já estão em marcha, como o PAA África”, disse Graziano. O PAA África é um projeto do Brasil com a FAO executado com outros dois parceiros – o Programa Mundial de Alimentos - PMA e o Departamento Britânico para o Desenvolvimento Internacional – DFID – que foi inspirado no Programa de Aquisição de Alimentos (PAA). As ações seguem as linhas estratégicas definidas na declaração dos líderes africanos no Encontro de Alto Nível “Rumo ao Renascimento Africano: Novas abordagens unificadas para erradicar a fome na África até 2025”, realizado pela FAO em parceria com a União Africana e o Instituto Lula, em Addis Abeba, no final de junho.

“Nós temos consciência de que a FAO não pode acabar com a fome na África sozinha, assim como os países africanos também não o podem. Precisamos dessas parcerias. Juntos, podemos erradicar a fome”, destacou o diretor geral.

Ação similar a essa que será levada para a África já vem sendo implantada com sucesso na América Latina e Caribe. Desenvolvido atualmente em 11 países e com potencial para melhorar a segurança alimentar de mais de 19 milhões de pessoas, o projeto “Fortalecimento dos Programas de Alimentaçao Escolar no âmbito da Iniciativa América Latina e Caribe Sem Fome 2025”, tem como objetivo principal contribuir para o fortalecimento e sustentabilidade dos Programas de Alimentação Escolar (PAEs) e buscar sua vinculação com as políticas e programas de promoção da agricultura familiar. “Essa é uma solução triplamente ganhadora: garante alimentação de qualidade aos estudantes da rede pública, abre um novo mercado e a possibilidade de maior renda para agricultores familiares e ainda promove o desenvolvimento rural local”, explicou o diretor geral da FAO.

“O mais importante dessa cooperação é saber que o Brasil é reconhecido como referência mundial na área de alimentação escolar. Conceitos como o da agricultura familiar e segurança alimentar fazem do país um modelo. Isso nos desafia a garantir essa eficiência e a buscar meios e instrumentos para fazer cada vez mais e melhor, pois acreditamos que a gente aprende ao mesmo tempo em que ensina”, disse o presidente do FNDE, José Carlos Wanderley Dias de Freitas.

Cooperação Sul-Sul
Os dois projetos de fortalecimento dos Programas de Alimentação Escolar (a cooperação regional com América Latina e Caribe executada desde 2009 e o novo projeto com a África) fazem parte de um conjunto de 17 projetos implementados por meio do Programa Internacional de Cooperação Brasil-FAO, que representa mais de US$ 36 milhões de dólares aplicados em atividades relacionadas à cooperação sul-sul. O acordo assinado entre a Agência Brasileira de Comunicação (ABC), ligada ao Ministério das Relações Exteriores (MRE), resultou em uma participação mais ativa do Brasil nas ações de combate à fome e à miséria.

Além da Alimentação Escolar, os projetos do Fundo Brasil-FAO envolvem contribuições do país para a Inciativa América Latina e Caribe sem Fome 2025; fortalecimento da sociedade civil em temas de agricultura familiar e acesso a recursos naturais renováveis; consolidação da Rede de Aquicultura das Américas (RAA); apoio às Estratégias Nacionais e Subregionais de Segurança Alimentar e Nutricional; fortalecimento das políticas agroambientais na América Latina e Caribe; o Programa Purchase from Africans for Africa (PAA África); além de ações assistenciais de emergência pós-tragédias em El Salvador, Guatemala e Haiti.

Tecnologias sociais
Ainda na agenda do diretor geral da FAO no Brasil, estava a assinatura de um Memorando de Entendimento entre a Organização e a Fundação Banco do Brasil. Assinado em um encontro no Palácio do Planalto que contou com a presença do Secretário Geral da Presidência da República Gilberto Carvalho, o acordo tem como objetivo estreitar os laços entre as entidades para a troca de experiências e conhecimentos relacionados ao abastecimento agroalimentar no Brasil, apoiando assim a luta contra a fome. Além do desenvolvimento de programas e projetos conjuntos, o acordo também inclui a promoção do Ano Internacional da Agricultura Familiar, a ser celebrado em 2014.

“A parceria FAO-Fundação Banco do Brasil vai ajudar a pagar dividas históricas com cooperação”, disse o ministro da Secretaria Geral da Presidência Gilberto Carvalho durante a cerimônia. Já o presidente da Fundação Banco do Brasil, Jorge Streit, destacou que a parceria com FAO possibilita o compartilhamento de tecnologias sociais com outros países. “O Brasil fez uma transição social que deu certo e é referencia para outros países”, acrescentou o diretor-geral da FAO, José Graziano da Silva.

Texto originalmente publicado em www.fao.org.br/FAOBleaeA.asp

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