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Instituto Lula e Instituto João Goulart inauguram parceria

“Revolução de 1930 e o Brasil de hoje” foi o tema do primeiro episódio da série Encontros


Instituto Lula e Instituto João Goulart inauguram parceria

Nesta terça-feira (8), Institutos Lula e João Goulart lançaram o primeiro vídeo da série Encontros, que marca o início de uma parceria entre as duas instituições. 

No programa de uma hora, João Goulart Filho, presidente do instituto que leva o nome de seu pai, e Marcio Pochmann, presidente do Instituto Lula, convidam dois especialistas para falar sobre Revolução de 1930 e o Brasil de hoje. Franklin Martins, ex-ministro chefe da Secretaria de Comunicação Social no governo Lula e o economista Nilson Araújo comentam aspectos do movimento que desafiou as oligarquias do Café com Leite e que implantaria um novo projeto de país.

O jornalista Franklin Martins foi um dos coordenadores do Memorial da Democracia, o museu virtual do Instituto Lula dedicado às lutas democráticas do povo brasileiro. A linha do tempo do Memorial começa exatamente com a revolução de 1930. Como Franklin notou em sua fala, na eleição presidencial de 1930, votaram 1,9 milhão de brasileiros, o que representava 5% da população. Depois que Getúlio Vargas deixou o poder, em 1945, 5,8 milhões de brasileiros foram às urnas para eleger Dutra, e isso já representava 13% da população. "Na eleição de Jânio Quadros e João Goulart, em já foram 18%, mais de 12 milhões de brasileiros, até chegar em 55-56% na eleição de Lula". Mesmo ciente de que estava implantando uma ditadura – e Getúlio Vargas inclusive admitia isso – o regime getulista mudou as estruturas de poder em um Brasil que era extremamente oligárquico para um país onde o povo começava a ter alguma voz nas decisões nacionais. E, segundo Franklin, essa maior participação do povo foi fundamental para despertar uma série de tentativas golpes contra o próprio Getúlio até culminar no golpe de 1964.

Em sua intervenção, Nilson Araújo afirmou que a Revolução de 1930, sob liderança de Getúlio Vargas, "criou o Estado nacional brasileiro" e suas bases materiais, através da industrialização do país e da criação de importantes empresas estatais. Ainda segundo o economista, isso foi fruto de uma concepção de nação e desenvolvimento nacional que tinha o trabalho como elemento central. Nesse sentido, Araújo destaca a "relação profunda com os trabalhadores" mantida por Vargas – relação essa que se materializaria na Consolidação das Leis do Trabalho, de 1943, "uma das mais avançadas legislações trabalhistas do mundo". 

O Instituto Lula nasceu há 30 anos, de uma iniciativa chamada Governo Paralelo. Na época, Lula tinha acabado de perder a eleição presidencial para Fernando Collor e convidou "ministros" para montar um gabinete em um sobrado no Ipiranga, uma casa construída em mutirão e onde o Instituto funciona até hoje. Dos encontros e reflexões gestadas ali nasceram programas que mudaram o país, como Bolsa Família, Minha Casa Minha Vida e Luz para Todos. Em 2020, o Instituto elegeu uma nova diretoria, com Marcio Pochmann na presidência e a decisão foi retomar esses encontros e reflexões que marcaram os primeiros anos de nossa trajetória.

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