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Lula prega a união global pelo meio ambiente

Em entrevista ao UOL, Lula diz que não há espaço para uma Guerra Fria no mundo e que países ricos não podem impedir crescimento das nações em desenvolvimento


Lula prega a união global pelo meio ambiente

Foto: Ricardo Stuckert

Por PT

Lula defendeu, nesta quinta-feira (23), em entrevista ao site UOL, a cooperação entre os países para enfrentar problemas que afetam todo o planeta, como as mudanças climáticas, a fome e as pandemias. Para o ex-presidente, esse trabalho passa pela preservação da Amazônia e do meio ambiente e, também, pelo fim de um política externa em que países desenvolvidos interferem nos planos de crescimento e soberania dos países em desenvolvimento.

Na sua avaliação, o povo brasileiro é comprometido com o desenvolvimento sustentável praticado pelos governos dele de Dilma Rousseff, quando o país conseguia, ao mesmo tempo, gerar empregos e combater o desmatamento. A política destrutiva de Bolsonaro (cujo jeito de governar é desaprovado por 68% da população) não representa as aspirações do povo.

“A ampla maioria dos brasileiros quer a floresta de pé. Não podemos confundir Bolsonaro com o Brasil, nem alguns marginais, grileiros e uma parcela minoritária e atrasada de proprietários rurais com os brasileiros”, afirmou. “As oportunidades para um país como o Brasil em biotecnologia, em manter a floresta de pé, em investimentos em energia solar e eólica, particularmente na região Nordeste colocam o conhecimento – pesquisa científica e tecnológica – e a preservação do meio ambiente como centrais em qualquer futuro que o país precisa voltar a construir para gerar empregos, renda e qualidade de vida para sua população”, disse ainda.

Para enfrentar desafios como a crise climática e a miséria, Lula pregou a união e criticou uma possível reedição da Guerra Fria, opondo China e países ocidentais. “O mundo não tem mais espaço para uma Guerra Fria. Precisamos de cooperação para enfrentar os problemas globais, problemas que são comuns a todos, como mudanças climáticas, fome, pobreza e pandemias. O mundo perde tempo e recursos demais em conflitos”, avaliou.

Lava Jato

Segundo Lula, porém, alguns países desenvolvidos não se mostram dispostos ainda a deixar que as nações em desenvolvimento sigam seu curso natural, promovendo interferências danosas como foi a operação Lava Jato, que contou com a ajuda de autoridades norte-americanas e europeias para atacar importantes empresas brasileiras.

“O mais grave na Lava Jato são alguns funcionários públicos brasileiros com poder de autoridade se submeterem aos interesses estrangeiros, e atuarem, fora da lei nacional inclusive, sem pensar nos danos que iam causar. Funcionários públicos com emprego garantido não se importarem em quebrar empresas destruindo milhões de empregos, em nome de uma luta política que acabou corrompendo o próprio combate à corrupção. No final a Lava Jato fechou acordo com os empresários corruptos, destruiu milhões de empregos de pessoas honestas e levou Bolsonaro ao poder”, lembrou.

Ao observar que o governo de Joe Biden tem adotado políticas internas de investimento para a recuperação da economia, Lula apontou que, frequentemente, países como os Estados Unidos não pregam o mesmo tipo de medida para as nações mais pobres, o que acaba levando a medidas como o teto de gastos, adotoado no Brasil por Michel Temer e Bolsonaro.

“Muitas vezes os países desenvolvidos adotam internamente políticas e pregam contra as mesmas medidas para os países em desenvolvimento através de organismos internacionais. Um exemplo é esse teto de gastos insano”, apontou. “Depois do golpe de 2016, estabeleceram uma série de medidas absurdas para desmontar o Estado, as leis trabalhistas e ambientais, a educação e saúde pública no Brasil. No topo delas está essa definição que o Estado teria seus gastos congelados por 20 anos, não importa o que acontecesse. Lógico que isso não se sustenta, inclusive já não vale mais na prática, porque foi necessário aprovar gastos especiais diante da pandemia de covid-19. Não é possível congelar a vida de um país por 20 anos”, completou.

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