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Lula recebe credenciais de novos embaixadores no Brasil

Presidente reabre o diálogo para a ampliação das relações e cooperação do Brasil com o mundo


Lula recebe credenciais de novos embaixadores no Brasil

Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante apresentação de cartas credenciais do Embaixador do Zimbábue no Brasil, Meshack Kitchen. Foto: Ricardo Stuckert/PR

Lula recebeu nesta sexta-feira (3) credenciais de embaixadores de nove países. Os representantes se reuniram com o presidente no Palácio do Planalto para apresentação das cartas credenciais como embaixadores de seus respectivos países.

O presidente recebeu as credenciais de Stephanie Al-Qaq, do Reino Unido; Zhu Qingqiao, da China; Rania Al Haj Ali, da Síria; Meshack Kitchen, do Zimbábue; Luis Oswaldo López Álvarez, de El Salvador; Pavla Hvrlíková, da República Tcheca; Joseph Angeles, das Filipinas; Halil Ibrahim Akça, da Turquia e Elizabeth Bagley, dos Estados Unidos.

Durante o primeiro mês de seu terceiro mandato, Lula anunciou a volta do Brasil a Celac (Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos). O presidente também reafirmou o compromisso em fazer o Brasil ser novamente reconhecido mundialmente por suas relações internacionais.

Veja abaixo algumas ações dos governos de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff que fizeram o Brasil conquistar soberania e respeito mundial:

Com Lula e Dilma, país alcançou o posto de sexta economia mundial, tornou-se voz de liderança e exemplo para outras nações

Duas capas da revista The Economist - uma bastante conhecida e divulgada, outra nem tanto - retratam um passado recente do Brasil, mas ao mesmo tempo longínquo. Em 2009 e em 2010, a publicação inglesa exaltou o protagonismo do Brasil no cenário internacional. Com Lula e Dilma, nosso país viveu anos de respeito e reconhecimento mundial.

O Brasil havia não apenas vencido a principal guerra que tínhamos - a fome - como também passou a ter voz de liderança no continente e no mundo. Lula foi saudado como “o cara” pelo presidente dos Estados Unidos, Barack Obama; nossa tecnologia social virou modelo para a África, o chanceler Celso Amorim foi escolhido como o “melhor ministro de Relações Exteriores do Mundo” e a revista Foreign Policy escreveu que vivíamos nosso melhor momento “desde o tratado de Tordesilhas".

Nos governos do PT, o Brasil deixou de lado o papel secundário e previsível de jamais contrariar as decisões tomadas pelos Estados Unidos e pelos países europeus. Nossas atenções e esforços maiores se voltaram para os vizinhos da América Latina, principalmente da América do Sul, além da África e o Oriente Médio.

O Brasil, que havia alcançado o posto de sexta maior economia do mundo, voltou a ser o país que tira os sapatos para os Estados Unidos. Em 2002, isso realmente aconteceu. O ministro das Relações Exteriores do governo de Fernando Henrique Cardoso, Celso Lafer, precisou passar descalço na inspeção de segurança ao desembarcar no país norte-americano para provar que não era um terrorista carregando explosivos. Desde 2019, com Bolsonaro, nosso país tornou-se irrelevante na diplomacia e pária internacional.

Novos tempos para a política externa em duas capas da revista The Economist. À esquerda, em dezembro de 2009, 'O Brasil decola'. Em Setembro do ano seguinte, à direita 'A ascenção da América Latina', que era chamada pejorativamente de quintal dos EUA. | Reprodução

Novos tempos para a política externa em duas capas da revista The Economist. À esquerda, em dezembro de 2009, 'O Brasil decola'. Em Setembro do ano seguinte, à direita 'A ascenção da América Latina', que era chamada pejorativamente de quintal dos EUA. | Reprodução

Com empresários e diplomatas unidos em missões internacionais, comércio exterior foi ampliado

Com Lula e Dilma, a dependência em relação ao Fundo Monetário Internacional (FMI) também ficou para trás. FHC recorreu ao FMI três vezes. Lula fez diferente e não apenas quitou a dívida com o fundo, como também acabou com toda a dívida externa do Brasil. Além disso, acumulamos reservas internacionais que chegaram a US$ 379 bilhões.

Com soberania, o Brasil ampliou suas parcerias sem esperar autorização de nenhum outro país. Essa grande diversificação das nossas parcerias foi responsável por uma extraordinária expansão das exportações. Como comparação, no período FHC, o Brasil teve um déficit acumulado de US$ 15,2 bilhões. Com o PT, o país obteve um superávit acumulado de US$ 294 bilhões. Além disso, todos foram tratados como iguais, deixando para trás o tempo em que o Brasil falava fino com os Estados Unidos e falava grosso com a Bolívia, como bem definiu Chico Buarque de Holanda.

Para que a afirmação da soberania nacional viesse acompanhada de resultados concretos, empresários brasileiros se juntaram aos diplomatas nas missões internacionais. O efeito foi quase imediato: o comércio exterior brasileiro se diversificou. A crise internacional de 2008 mostrou que essa foi a opção mais acertada, afinal o Brasil já não dependia de quem estava afundado na crise.

Em 2014, Lula recebeu homenagem na categoria 'Promoção da Imagem do Brasil no Exterior' em cerimônia do 5º Prêmio Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex). | Foto: Ricardo Stuckert

Em 2014, Lula recebeu homenagem na categoria 'Promoção da Imagem do Brasil no Exterior' em cerimônia do 5º Prêmio Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex). | Foto: Ricardo Stuckert

Brasil à frente da OMC e FAO

Roberto Azevêdo e José Graziano da Silva representaram o País nas organizações

O Brasil também desempenhou papel importante no âmbito da Organização Mundial do Comércio (OMC) e da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO).

Em maio de 2013, o diplomata brasileiro Roberto Azevêdo venceu a disputa para ocupar o cargo de diretor-geral da OMC, tornando-se o primeiro latino-americano e o primeiro representante dos BRICS no cargo. Ele permaneceu na função até agosto de 2020.

Na FAO, o Brasil foi representado por José Graziano da Silva, que atuou como diretor-geral da organização entre 2012 e 2019. Durante esse período, Graziano implementou toda a experiência acumulada com o programa Fome Zero, do qual ele foi coordenador de desenvolvimento e de implementação, no governo Lula.

BRICS, a reação dos emergentes

Grupo de países se uniu e criou o Banco dos BRICs para ser alternativa ao FMI e ao Banco Mundial

A criação dos BRICS, conjunto de cinco países emergentes (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), conquistou influência na economia mundial. Em 2006, esses países se uniram para formar uma comunidade, que se encontrou formalmente pela primeira vez em 2009. A África do Sul aderiu ao grupo em 2011.

As previsões eram ousadas: o grupo alcançaria a metade do peso das seis economias mais fortes (Estados Unidos, Reino Unido, França, Alemanha, Itália e Japão) em 2025. Em 2017, oito anos antes do esperado, os BRICS alcançaram metade do peso dos países do G-6. Em 2020, de acordo com os dados do Banco Mundial, o bloco mantinha um PIB equivalente a 56% do G-6 e 24% do PIB mundial. Além disso, em termos populacionais, os BRICS representavam, em 2020, cerca de 41% da população global.

Em 2014, o Brasil foi um dos fundadores do Banco dos Brics, um banco de desenvolvimento criado para ser uma alternativa ao FMI e ao Banco Mundial.

Presidentes do Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul durante a sexta cúpula do BRICS, em Fortaleza. | Foto: Roberto Stuckert

Presidentes do Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul durante a sexta cúpula do BRICS, em Fortaleza. | Foto: Roberto Stuckert

Uma nova história entre Brasil e África

Com Lula, governo brasileiro ampliou relações com o continente africano; Dilma abriu caminhos para novos negócios entre países

Após tomar posse como presidente da República, Lula começou um inédito e bem sucedido processo de aproximação com a África. Em dois mandatos, ele visitou 22 países da África. Foram 33 viagens presidenciais e 19 novas embaixadas abertas. A presidenta Dilma manteve as bases que estruturaram a cooperação entre o Brasil e o continente africano.

Em 2004, foi concluída a negociação do acordo de comércio preferencial entre o Mercosul e a União Aduaneira da África Austral (SACU), bloco que reúne África do Sul, Botsuana, Lesoto, Namíbia e Suazilândia. No mesmo ano, as exportações brasileiras para a África do Sul cresceram 41%. Em 2013, as exportações para o país sul-africano atingiram o pico (US$ 1,8 bilhão).

Em 2013, o Brasil perdoou quase US$ 900 milhões das dívidas externas de 12 nações africanas. Essa iniciativa abriu caminho para a realização de novos negócios e os países africanos ampliaram importações de produtos como combustíveis (álcool, diesel e gasolina), açúcar, carne bovina e minério de ferro.

As transações comerciais entre Brasil e África passaram de US$ 5 bilhões, em 2002, para US$ 17 bilhões, em 2015. A média anual das transações do país com o continente africano, nos governos petistas, foi de US$ 19,6 bilhões, enquanto, nos anos pós-golpe (2016-2019), a média caiu para US$ 13,8 bilhões, ou seja, uma redução de 30%.

Lula visita ex-presidente da África do Sul, Nelson Mandela, em 2008. | Foto: Ricardo Stuckert

Lula visita ex-presidente da África do Sul, Nelson Mandela, em 2008. | Foto: Ricardo Stuckert

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