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Lula reencontra "tralhas" do acervo presidencial

Lula e presidente do Instituto acompanham abertura de galpão que estava lacrado pela polícia desde março do ano passado


Lula reencontra "tralhas" do acervo presidencial

Lula e o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, visitam o acervo presidencial. Foto: Ricardo Stuckert

Com informações de Lula.com.br 

Oito anos após deixar o Palácio do Planalto, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reencontrou nesta quinta-feira (21) pela primeira vez com parte das memórias acumuladas durante seus dois mandatos na Presidência. Lula acompanhou a abertura do galpão onde o acervo presidencial estava lacrado desde março do ano passado. 

Ao abrir as portas do depósito a primeira caixa à vista abrigava uma imagem de Nossa Senhora de Fátima cercada por dezenas de caixas com a identificação "textual", que marca os arquivos de documentos e cartas endereçadas ao então presidente da República. São milhares. De pedidos e de gratidão. Um dos acompanhantes da visita, o ex-ministro de Direitos Humanos e conselheiro do Instituto Lula, Paulo Vannuchi, chama atenção para um detalhe compartilhado pelo responsável pelo acervo à época. A mudança no tom das cartas acompanhou o ritmo de desenvolvimento e inclusão social do governo. No início do governo, era expressivo o número de cartas pedindo emprego. Esse número vai caindo ano a ano e, por volta de 2008 e 2009, quando o desemprego caía para menos de 8%, esse tipo de correspondência cessou.

Acompanhado do presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, e de um escrevente notarial do 4º Tabelião de Notas de São Bernardo do Campo, Lula visitou o galpão e abriu algumas das centenas de caixas acumuladas. "Se juntar todos os presentes recebidos por JK, Getúlio, Collor e FHC... Se juntar todo mundo, não vão superar o tanto de lembranças que recebi em oito anos", disse Lula, impressionado com o volume de caixas arquivadas no local.

O ex-presidente abriu algumas caixas e reencontrou lembranças afetivas, como a camiseta comemorativa dos 30 anos do Campeonato Paulista de 1977, que o ex-presidente ganhou de Tobias, ex-goleiro do Corinthians.

O acervo

Como  galpão ficou fechado de março de 2016 até dezembro de 2017, a higienização e guarda do mateiral ficaram prejudicados. As caixas estão cobertas por poeira e algumas delas mostram sinais de umidade. O Instituto Lula tem responsabilidade estatutária com a manutenção e preservação do acervo e será necessário um trabalho profissional para deixar o acervo em condições de uso e pesquisa. 

A catalogação do acervo presidencial foi realizada pelos prossionais do Departamento de Documentação Histórica da Presidência da República (DDH) e é dividido assim:

- Acervo bibliográfico: constituído por mais de 9 mil livros, revistas e folhetos.

- Objetos Museológico (Tridimensional): composto por 9.039 objetos, como esculturas, medalhas, camisetas, bonés, quadros, honrarias, entre outros. Desses objetos, 132 foram classificados como joias e obras de arte pela perícia técnico-científica da Superintendência Regional do Departamento de Polícia Federal no Estado do Paraná. 

- Audiovisual: composto DVD (Digital Video Disc), DVD-Rom, álbum fotográfico, foto avulsa, totalizando mais de 12 mil itens.

- Textual: composto por itens impressos, como relatórios, notas técnicas, textos avulsos, dossiês, panfletos, totalizando mais de 15 mil itens.

- Correspondência: composto por cartas, telegramas, cartão de cumprimento e convite recebidos, com cerca de 400 mil itens.

De acordo com a lei 8.394/91, todo acervo presidencial deve ser preservado pelos ex-presidentes e integram o patrimônio cultural brasileiro. São declarados de interesse público e sujeitos e restrições de venda e alienação sem manifestação expressa da União.

A finalidade da lei está em preservar o patrimônio histórico do Brasil acumulado durante da Presidência da República. Acesse aqui a lei: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8394.htm 

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