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Na Uerj, Lula pede “indignação” aos brasileiros


Na Uerj, Lula pede “indignação” aos brasileiros

Foto: Ricardo Stuckert

Por lula.com.br

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou em discurso hoje (29) para milhares de pessoas, no evento “Democracia e Liberdade” do Grupo de Puebla, realizado na Concha Acústica Marielle Franco, no campus da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) que os brasileiros precisam se indignar contra o que está acontecendo no país: a fome, a inflação e os desmandos em áreas essenciais como a educação.

“Precisamos nos indignar. Os estudantes precisam se indignar com o que está acontecendo na educação, isso vai refletir no futuro de vocês. Dizem ‘ah, o Fies custava muito caro, precisamos acabar com o Fies porque não tem dinheiro’. Um país que tem uma dívida ativa de quase R$ 2 trilhões, por que não pode suportar uma dívida dos estudantes? Porque investir na educação é o investimento mais barato e o que dá mais futuro para o nosso país”, declarou Lula.

O ex-presidente relembrou também que, após seus dois mandatos e já no governo Dilma, foi possível finalmente tirar o Brasil do Mapa da Fome em 2014, de acordo com a ONU, e que a volta da desnutrição e da insegurança alimentar ao rol de problemas do país é uma das maiores vergonhas da história recente.

“Indignação é a palavra que a gente tem que ter com o que está acontecendo. O Brasil é o terceiro maior produtor de alimentos do planeta, o maior produtor de proteína animal do mundo. Não é possível a gente ver as pessoas correndo atrás de um caminhão que tombou com carcaça de frango ou uma pessoa pegando osso para ferver na água e tentar fazer um caldo pra colocar no arroz. Não é falta de carne, não é falta de arroz, não é falta de feijão, não é falta de soja. É falta de vergonha na cara das pessoas que governam este país”, criticou.

Críticas às privatizações

Lula também falou sobre o discurso privatista do ministro da Economia, Paulo Guedes, que insiste na falácia de que o país poderá crescer se vender patrimônio público em vez de usar as empresas estatais para fortalecer a soberania nacional e a economia.

“Eles têm uma solução fácil, ‘vamos vender a Petrobras, vender a BR, vender gasoduto, vender os Correios, o Banco do Brasil, a Caixa Econômica Federal, o BNDES’. Porque eles não sabem governar, só querem vender o que está pronto. É como se você casasse e o teu marido, ao invés de trabalhar para sustentar a casa, falasse ‘amor, vamos vender a geladeira?’, na semana seguinte ‘o dinheiro acabou, vamos vender o fogão’, no outro dia ‘amor, vamos vender a cama?’. No outro dia vai vender o quê? A alma dele para o diabo. Porque eles não têm coragem de trabalhar, o Guedes não sabe fazer a economia pensando no povo”, destacou.

A desculpa atual, de que o preço dos combustíveis voltou a subir por causa da guerra na Ucrânia, segundo o ex-presidente, não passa disso: uma desculpa para encobrir a falta de uma política econômica que ajude o povo a enfrentar a crise.

“O Guedes só faz a economia pensando em vender e tentar jogar a culpa do preço das coisas na guerra da Ucrânia ou alguma outra coisa. Na crise de 2008, o barril do petróleo chegou a 147 dólares, mais do que agora. Sabe quanto vocês pagavam por um litro de gasolina? R$ 2,60. Acontece que eles fizeram um discurso de que era preciso vender a BR, se a gente vendesse e acabasse com o monopolio da BR, ia ter muitas empresas participando. Com muitas empresas ia ter livre concorrência e isso ia fazer com que o preço fosse mais barato. Quanta gente acreditou nisso? Depois que eles venderam a BR, tem 392 empresas importando gasolina dos Estados Unidos. Se eles importam pagando em dólar, tem que desembolsar em dólar do bolso de vocês e tem muita gente que não consegue nem sair de casa. Por isso, companheiros, eu tenho dito: esperem, que nós vamos voltar. E quando a gente voltar, a gente vai tratar de abrasileirar os preços das coisas”, finalizou.

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