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Participação popular é tema-chave em colóquio Chile-Brasil

Instituto Lula promove discussão sobre democracia, integração regional e desenvolvimento inclusivo em Colóquio Chile-Brasil:


Participação popular é tema-chave em colóquio Chile-Brasil

Foto: Heinrich Aikawa/Instituto Lula

“Como mudar uma Constituição que foi feita para não ser mudada?”, questiona o embaixador chileno Jaime Gazmuri Mujica ao avaliar os diferentes aspectos abordados ao longo do Colóquio Chile-Brasil: democracia, integração regional e desenvolvimento inclusivo. A atividade reuniu lideranças e estudiosos dos dois países em mesas de debates hoje (26), em São Paulo.

Gazmuri Mujica destacou que, 25 anos após o ingresso do Chile no processo democrático, o país ainda debate essa questão enfrentando a resistência de setores conservadores e de parte das alianças que compõe a base de defesa do atual projeto de integração e desenvolvimento inclusivo. A transformação institucional profunda, aponta, será conquistada quando aspectos como um “processo participativo, democrático e institucional” forem estabelecidos como naturais na tomada de decisões.

Luiz Dulci, diretor do Instituto Lula, concluiu o raciocínio afirmando que as ações adotadas no Brasil nos últimos 12 anos deram início a um processo de  “democracia representativa e participativa”. “Não há contradição nenhuma nesses dois termos. No mundo contemporâneo, essas duas articulações precisam se incorporar”. Ainda assim, o ex-ministro diz que existe uma crise de representatividade política no Brasil. Porém, ela pode ser resolvida, em partes, por reformas e pelo esforço de criação de novos mecanismos de participação social, como fez recentemente a presidenta Dilma com os conselhos populares. Dulci citou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que reforça a necessidade de se estabelecer uma nova relação entre as lideranças políticas e a sociedade.

Experiência brasileira

Em consenso, os expositores apontaram os avanços na  educação como fundamentais ao desenvolvimento brasileiro. Jorge Mattoso, professor do Instituto de Economia da Unicamp, avalia que apenas uma parcela da sociedade brasileira se posiciona de maneira contrária às políticas federais de redução da desigualdade. “As elites brasileiras são profundamente contrárias a evolução da renda e redução da desigualdade". Ele exemplifica usando o salário mínimo: “ Apenas nos sete, oito anos últimos foi criada uma política estável, consistente e definida [para o mínimo].”

Vic Barros, presidente da União Nacional de Estudantes, destacou o discurso de negação da política disseminado pela imprensa brasileira e chamou a atenção para a necessidade de valorização da educação. Ela lembra que o Brasil já deu início a esse processo e, de maneira próxima à realidade chilena, fortaleceu o setor público. “Mas o setor privado continuou crescendo”, conclui.

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