Foto: Ricardo Stuckert
O escandaloso caso das joias que o governo Bolsonaro trouxe da Arabia Saudita para o Brasil, avaliadas em R$ 16,5 milhões, levantou outra vez o assunto sobre os presentes recebidos por Lula e Dilma durante os anos na Presidência. Nesta sexta-feira (10), a rede BBC publicou matéria sobre os presentes dados a Lula e Dilma por líderes estrangeiros.
A reportagem cita que os objetos recebidos por Lula na Presidência foram encontrados através de uma série de auditorias realizadas pelo Tribunal de Contas da União (TCU). No entanto, o fato é que, após a determinação do TCU, o Instituto Lula foi quem localizou 426 objetos do acervo presidencial.
Conheça melhor essa história (matéria publicada no site do Instituto Lula em 12/09/2019):
Nesta quarta-feira (11/09/2019), 66 itens que faziam parte do acervo presidencial de Lula foram enviados a Brasília. A remessa atende a um pedido do Tribunal de Contas da União (TCU), que determinou uma reclassificação dos itens recebidos por Lula na Presidência. Dos mais de 400 mil itens museológicos analisados, 434 foram reclassificados e transferidos para o patrimônio da União.
Nessa leva de peças estão objetos que vão de artesanatos populares a obras de arte. A peça mais barata é um chocalho de R$ 26 e a mais cara, uma gravura do espanhol Juan Genovés, avaliada em R$ 108 mil. Somados, os 66 itens valiam quase R$ 190 mil, segundo valoração dos peritos da comissão especial da Presidência da República.
Com essa leva, já são 426 os objetos encontrados pelo Instituto e levados para Brasília. Equipes do instituto e voluntários seguem buscando os oito itens restantes. O caso do acervo de Lula é especialmente complicado, porque ficou ele lacrado de março de 2016 até dezembro de 2017, em cumprimento a determinação do então juiz Sérgio Moro. O Instituto e o ex-presidente foram absolvidos das acusações referentes ao armazenamento do acervo presidencial. No entanto, o prejuízo para a guarda do acervo foi grande, já que o material ficou sem manutenção por quase dois anos.
Quando deixou a Presidência, em 1º de janeiro de 2010, Lula tornou-se responsável legal por seu acervo presidencial privado devidamente catalogado pelos funcionários do departamento de Documentação Histórica da Presidência da República.
Em 2016, o Tribunal de Contas da União (TCU) decidiu reclassificar os objetos do acervo presidencial privado de Lula e contrariando a determinação anterior do próprio departamento de Documentação Histórica da Presidência da República deliberou pela "reincorporação ao patrimônio da União todos os documentos bibliográficos e museológicos recebidos pelos presidentes da República nas denominadas cerimônias de troca de presentes”. Foi então que esses 434 presentes foram requisitados.
O Instituto Lula é o responsável legal e estatutário pela guarda e manutenção do acervo privado do ex-presidente Lula. “Esperamos que em breve esse acervo presidencial esteja disponível para o público e para os pesquisadores do país”, diz Paulo Okamotto, presidente do Instituto Lula.
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Veja a lista dos 434 objetos recatalogados pela Presidência da República